O Ibovespa segue empilhando recordes e renovando marcas. Hoje, ao ganhar mais 0,31%, foi aos 147.428,90 pontos, um acréscimo de 459,80 pontos, e pela primeira vez na história fechou acima dos 147 mil. A nova marca demorou pouco mais de um mês, desde que fechou acima dos 146 mil pela primeira vez, o que ocorreu em 23 de setembro.
Foi também a quinta alta seguida do índice, algo que não acontecia desde as sessões entre 17 e 29 de abril, ou sete pregões seguidos.
O real se valorizou de novo, como ontem, fazendo o dólar comercial cair 0,19%, a R$ 5,360. Os DIs (juros futuros) subiram por quase toda a curva.
Cenário externo ajudou
O recorde de hoje ainda tem cheiro do recorde de ontem, motivado pelo encontro entre o presidente Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump, no domingo. E tem principalmente impulso de algumas ações e o cenário externo. Mas vamos por partes.
Os analistas apontam também mais um corte na taxa de juros nos EUA como apoio para o ímpeto comprador. A decisão do Federal Reserve sai nesta quarta-feira, mais conhecida como amanhã.
Para José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, o comitê de política monetária deve optar por antecipar o corte agora, em vez de esperar e ter de fazer um corte maior na próxima reunião, em dezembro. “Sem acesso às informações mais recentes do mercado de trabalho (por conta da paralisação do governo), e a resposta dos preços às tarifas, a reunião do Fomc de outubro deve ser movida integralmente pelo medo de ficar atrás da curva novamente”, afirmou.
Nova York também ficou no positivo – e ainda aguarda os balanços trimestrais de empresas gigantes de tecnologia, como Microsoft, Apple, Alphabet, Meta e Amazon, todas entre quarta-feira e quinta. Já a Europa terminou sem direção única, embora Londres tenha renovado uma máxima histórica.
Todos ainda esperam com ansiedade o que sairá do encontro entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, que acontece na quinta-feira.
Isenção de IR no Senado
No cenário doméstico, o fiscal segue causando apreensão no mercado e a reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o senador Renan Calheiros, relator na Casa do projeto de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, foi seguida de perto.
Haddad que incluir cortes de gastos. O senador quer votar a matéria na semana que vem. Todos querem impedir que o projeto volte à Câmara.
MBRF dispara e Vale sobe
No fim das contas, foram os movimentos específicos de algumas ações que mais influenciaram o Ibovespa. Notadamente, Marfrig, que disparou incríveis 15,63% (e longe das máximas do dia, para se ter uma ideia), ainda com o efeito da Sadia Halal, anunciada ontem. A XP vê o anúncio como positivo, pois, entre outras coisas, permite à companhia acelerar crescimento em uma região estratégica.
A Vale também deu sua poderosa parcela de contribuição, subindo 0,88%, de olho em retomar a posição de maior mineradora de ferro.
Os bancos ajudaram um pouco. Banco do Brasil subiu 0,53%, Itaú Unibanco avançou 0,34%, na máxima do dia, e Santander, que divulga seu balanço do 3T25 amanhã, antes da abertura dos mercados, virou no final e acabou perdendo 0,14%. Bradesco também virou no final e subiu 0,05%.
A Qualicorp ganhou 1,12%, com elevação de analistas da recomendação das ações, de venda para neutra.
Nas quedas, destaque para Petrobras, que desceu 0,03%, junto com a queda do petróleo internacional. Hoje, a presidente da petroleira, Magda Chambriard, afirmou que o avanço do projeto da estatal envolvendo a Margem Equatorial brasileira não freia a busca da companhia pela recomposição de reservas, o que inclui a atividade fora do Brasil, citando a África.
A quarta-feira será agitada especialmente pela decisão do Fed e pela coletiva de imprensa que seu presidente, Jerome Powell, dará na sequência. É um indicativo do que pode vir pela frente. Novos recordes, será?

