Os indicadores industriais acompanhados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostraram um desempenho fraco em maio de 2024, mas ainda acumulam alta no acumulado de cinco meses, conforme dados divulgados nesta terça-feira (9).
O faturamento real recuou 3,8% em maio na comparação com abril, enquanto as horas trabalhadas na produção caíram 2,3%, a massa real salarial encolheu 1,5% e o rendimento médio real foi 1,2% menor. O emprego ficou estável (0,0%) na leitura mensal e o uso da capacidade instalada caiu de 79,1% para 78,7%.
Segundo a CNI, essa queda da maior parte dos indicadores foi influenciada pelo recuo do setor automotivo no mês, que além de sentir os efeitos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, também contou com greves dos trabalhadores, que interromperam a produção em outras regiões.
Porém, na comparação dos primeiros cinco meses de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, a indústria de transformação mostrou avanço: o faturamento se mostrou 1,2% maior, as horas trabalhadas aumentaram 2,6%, o emprego avançou 1,5%, a massa salarial cresceu 4,4% e o rendimento médio real subiu 2,9%.
Larissa Nocko, economista da CNI, destaca que o setor que mais afetou negativamente o faturamento na pesquisa em maio foi o automotivo, não só pelas enchentes no Sul, mas também por algumas greves em outras regiões do país que também foram responsáveis por interromper a produção e, por consequência, afetaram outros indicadores.
“Quando compara o período de janeiro a maio de 2024 frente ao mesmo período de 2023, a indústria de transformação ainda apresenta avanço em todos os indicadores acompanhados. Isso significa que, apesar do comportamento negativo de maio, o setor está melhor em relação ao início do ano passado”, explica.
Segundo a economista, é esperado que essa queda, causada tanto pelas enchentes no RS quanto por outros aspectos setoriais, se dissipe ao longo dos próximos meses. “Mas é muito cedo para dizer qual a dimensão dessa queda que vai se dissipar e em quanto tempo.”
Fonte: InfoMoney.