A JBS anunciou no início desta semana que vai investir R$ 10,2 milhões em um título de renda fixa cujos valores serão usados para atender 3.500 pequenos criadores de gado da Amazônia Legal.
A Rio Capim, empresa de consultoria em soluções de sustentabilidade, lançou nesta terça novos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) lastreados no programa “JUNTOS: Pessoas+Floresta+Amazônia”.
Estruturados pela Vox Capital, previsão é de o novo CRA emitir R$ 50 milhões ainda nesta semana, e mais R$ 50 milhões em 2025.
Em nota, a JBS explica que o valor levantado será aplicado no atendimento de 3.500 pecuaristas que atuam na Amazônia Legal. O intuito é oferecer consultoria sobre o uso da terra, aumentando a rentabilidade e freando o desmatamento ilegal do bioma.
A ideia é trazer a Faria Lima para perto do pequeno produtor por meio de um processo seguro, afirma Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia.
“Estamos viabilizando a operação porque nosso propósito é gerar impacto positivo por meio de negócios que sejam inclusivos e ambientalmente sustentáveis para a Amazônia, e, ao mesmo tempo, que tenham retorno financeiro”, explica Azevedo.
Valmir Ortega, CEO da Rio Capim, reforça o pensamento ao notar que até o momento há uma lacuna entre investidores e esses produtores da Amazônia Legal.
“Investidores e o pequeno produtor atuante na Amazônia Legal carecem de iniciativas com viabilidade técnica e financeira que apoiem a pecuária regenerativa de forma integrada. O programa JUNTOS, agora por meio do CRA com um comitê de prestação de contas, atenderão às demandas das duas pontas”, pontua Ortega.
O programa JUNTOS, lançado pelo Fundo JBS Amazônia em 2023, espera angariar mais de R$ 900 milhões via blended finance ao longo desse período.
O financiamento misto é uma modalidade que une recursos públicos ou filantrópicos ao capital privado com objetivo de financiar projetos de impacto social, ambiental ou de desenvolvimento econômico.
No ano passado, a JBS destinou R$ 10 milhões ao programa, através do Fundo, para viabilizar a estruturação do JUNTOS.
Na avaliação da JBS, o projeto deve transformar a pecuária brasileira ao otimizar a produtividade e a sustentabilidade do setor.
“Por que o produtor rural não investe em genética e manejo do solo? Porque não tem capital nem assistência técnica. É aí que entra o programa Juntos. Acreditamos tanto neste modelo de desenvolvimento socioambiental que vamos entrar com a cota de maior risco para provar que ser sustentável é mais lucrativo”, avalia Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS.