O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse nesta quinta-feira (25) que o setor brasileiro de café não está tendo “nenhum problema” para reclamar — mesmo diante ao tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, sobre os setores brasileiros.
Marinho deu a declaração em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro.
“O setor do café está nadando de braçada, está tranquilo […] A colheita global desse ano não foi lá essas coisas, então, o café brasileiro está com tudo”, afirmou.
Segundo Marinho, há um “mercado tranquilo” para o café brasileiro, tanto o mercado externo quanto o interno.
De acordo com estudo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), o preço deve subir nos próximos dias. O consumidor brasileiro deve sofrer com uma alta de até 15% da commodity.
Tarifaço
Na contramão do que foi dito por Marinho, o presidente da Abic, Pavel Cardoso, disse que a indústria brasileira de café vive incertezas a respeito das sobretaxas às exportações do grão para os Estados Unidos.
“A ordem executiva [do governo dos Estados Unidos], publicada no dia 6 de setembro, indica que os Estados Unidos concluíram e ouviram o mercado de que o café, não sendo lá produzido, não terá tarifas. Essa leitura ainda não nos dá clareza se voltará a zero [de tarifa] ou se continuará com 10%”, apontou o presidente da entidade.
O Brasil, de acordo com Pavel, é hoje o maior fornecedor de café aos norte-americanos, que aumentaram as tarifas contra produtos brasileiros, como forma de pressão contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. O setor, no entanto, avalia como positiva a possibilidade de uma conversa entre o presidente Lula (PT) e Donald Trump na próxima semana.