O CEO da Zamp, controladora do Burger King no Brasil, Ariel Grunkraut, disse à imprensa na quarta-feira que as negociações para a empresa assumir a operação da Starbucks no país têm avançado.
A atual operadora do Starbucks no país, a Southrock, está em um processo de recuperação judicial desde novembro de 2023. As dívidas da companhia chegam a R$ 1,8 bilhão.
“A Starbucks é uma marca que a gente sabe que, no Brasil, está passando por momentos de dificuldade, então temos, sim, o interesse [em operar a marca], temos conversado com a corporação para poder ser o license aqui no Brasil, as conversas têm evoluído, mas ainda não tem nada assinado”, afirmou Grunkraut, em entrevista no Web Summit Rio.
O executivo destacou que a ideia de operar a rede de cafeterias está alinhada ao propósito da Zamp. Além do Burger King, a companhia também controla a rede de restaurantes Popeyes.
“Há 13 anos, nós trouxemos o Burger King para o Brasil. Naquele momento, a ideia era ter uma marca só. Depois que a gente fez o IPO [oferta pública inicial, na sigla em inglês] e a gente criou a marca Zamp para ser uma holding de marcas, nós definimos estrategicamente dentro da empresa de que nós queríamos ter quatro ou cinco grandes marcas globais, fortes, com produtos muito bons e que pudessem escalar no Brasil inteiro”.
Tecnologia e inovação
A Zamp esteve presente no Web Summit Rio para discutir as tendências de inovação e tecnologia.
Segundo Grunkraut, quase 50% das vendas da empresa são atualmente feitas de forma digital, sem integração com atendentes de loja. O executivo também cita como exemplo de inovação o programa de fidelidade da rede de fast-food, que oferece recompensas aos clientes.
“Hoje, nós temos um programa de fidelidade com 16 milhões de participantes. 40% de todas as vendas do Burger King no Brasil são feitas através de clientes participantes do programa de fidelidade. São mais de 1 bilhão de pontos, e a gente tem todos os meses mais de 1 milhão de recompensas regatadas no programa”, afirma.
Do lado da empresa, o empresário conta que a tecnologia tem facilitado os processos internos da rede de restaurantes, inclusive na parte de reposição de suprimentos e de estoque.
“Você imagina que o gerente do restaurante, que é um garoto ou uma mulher de 24 ou 25 anos, tendo que pedir de duas a três vezes por semana mais de mil itens, de canudo, guardanapo, copo até carne, pão e queijo. Isso era feito diariamente, ou a cada dois, três dias, numa planilha de Excel. Hoje, um sistema que usa machine learning com inteligência artificial faz isso automaticamente”, conta.
Fazer mais, com menos
O CEO da Zamp também falou sobre as recentes estratégias de marketing da empresa, como a campanha que deu sanduíche grátis para calvos e a collab (colaboração, em tradução livre) com a Cimed que distribuiu hidratante labial com aroma de grelhado.
Grunkraut explica que o Burger King não tem tantos recursos financeiros quanto seus maiores concorrentes e, por isso, precisa usar a criatividade para atrair o público.
“A gente gastou zero reais nessa campanha dos carecas, não teve nenhuma mídia.[…] A da Cimed foi uma collab que era para durar praticamente 15 dias e acabou em dois dias, então foi um sucesso”, comenta.