A Nissan mantém o seu plano de produzir apenas veículos eléctricos na Europa até 2030, mesmo depois de o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, ter adiado a eliminação progressiva da venda de novos automóveis movidos a combustíveis fósseis.
“Não há como voltar atrás agora”, disse o CEO Makoto Uchida na segunda-feira (25) em um evento em Londres. “Acreditamos que é a coisa certa a fazer pelo nosso negócio, pelos nossos clientes e pelo planeta.”
O primeiro-ministro do Reino Unido adiou na semana passada uma proibição planeada da venda de novos automóveis a gasolina e diesel por cinco anos, até 2035, enquanto o país luta para proteger a sua indústria automóvel da concorrência feroz. A medida atraiu críticas da Ford, que disse que a transição para EVs (veículos elétricos, em inglês) seria prejudicada como resultado da decisão.
A Nissan planeia lançar 27 veículos eletrificados, incluindo 19 carros totalmente elétricos, até 2030. A empresa japonesa opera a maior fábrica de automóveis do Reino Unido, em Sunderland.
A concorrência está a crescer em toda a Europa à medida que fabricantes chineses de veículos eléctricos como BYD, Nio, Zeekr e Great Wall lançam novos modelos. Este mês, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lançou uma investigação sobre o apoio financeiro da China à indústria.
“A China avançou muito, muito mais rápido do que esperávamos”, disse Uchida. A Nissan poderia aumentar a produção em Sunderland se o governo do Reino Unido assinar mais acordos comerciais, de acordo com Guillaume Cartier, presidente da Nissan para África, Médio Oriente, Índia, Europa e Oceânia.
A empresa seria capaz de exportar mais carros para países fora do Reino Unido e da Europa se tais acordos estivessem em vigor, disse ele, e a empresa poderia mais do que duplicar a produção dos 238.000 carros produzidos em Sunderland em 2022.
Uchida acrescentou: “Se o mercado e a indústria não podem ser competitivos, como podemos pensar em investimentos futuros?”
*Com informações Infomoney