O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informou nesta sexta-feira (10), que no mês de fevereiro desse ano, teve aumento de 0,84% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável por medir a inflação oficial do país, porcentagem maior comparado a janeiro, de 0,53%.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada do país foi de 5,60%. O número ainda fica bem acima do centro da meta para 2023, que é diminuir a porcentagem para 3,25%, e do teto da meta é de 4,75%.
O mercado esperava alta mensal de 0,8% e avanço de 5,54% em um ano.
Nove dos oito grupos pesquisados pelo instituto tiveram alta no mês, com destaque para o setor de educação, como tradicionalmente acontece no mês, marcado por reajustes das instituições de ensino, destaca Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, em nota. A alta mensal registrada pelo setor foi a maior em quase duas décadas.
O setor de educação teve a maior alta de fevereiro, acelerando a 6,28%, diminuição de 0,36% comparado ao mês anterior. Também teve o maior impacto no índice geral, de 0,35 ponto percentual.
Dentro do segmento de educação, o destaque fica para os cursos regulares, com alta de 7,58%, puxados por ensino médio de 10,28%, ensino fundamental 10,06%, pré-escola 9,58% e creche 7,20%.
O subitem ensino fundamental teve o maior impacto individual no índice do mês 0,15%. O IBGE destaca ainda as altas do ensino superior com 5,22%, cursos técnicos 4,11% e pós-graduação 3,44%.
A segunda maior alta foi registrada no grupo voltado a área da saúde e cuidados pessoais de 1,26%, que também teve o segundo maior impacto no resultado geral, 0,16%. Esse segmento foi influenciado, principalmente, pela alta de 2,80% dos itens de higiene pessoal.
“Após a queda de 5,86% observada em janeiro, os perfumes tiveram alta de 7,50% e contribuíram com 0,08% no índice do mês. Além disso, os preços dos produtos para pele subiram para 4,54%, com impacto de 0,02%, relacionado ao IPCA de fevereiro. Destaca-se ainda o resultado do plano de saúde com 1,20%, que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos, referentes ao ciclo entre o ano de 2022 a 2023”, destaca o estudo.
A exceção foi vestuário, cujos preços caíram 0,24%, no segundo mês consecutivo de queda.
“Esse grupo vinha apresentando sucessivas altas há muito tempo. É natural, portanto, que os preços comecem a baixar”, disse Kislanov.
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A inflação deve permanecer elevada, ainda que desacelerando de forma gradual. A pesquisa do Banco Central do Brasil (BC), realizada pela Focus Relatório de Mercado, mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 5,90%, indo a 4,02% em 2024.
No mês passado, o Banco Central manteve a taxa básica de juros Selic em 13,75%, e o Comitê de Política Monetária volta a se reunir em 21 e 22 de março, com expectativa de manutenção dos juros.
O BC vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reclamou do nível da Selic e tratou a independência formal da autarquia como “bobagem”. Lula também questionou se a meta de inflação não está baixa demais, forçando uma deterioração da atividade econômica.
*Com informações da CNN Brasil