A Petrobras prevê para agosto o início da operação do Gasoduto Rota 3 e de sua Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), segunda apuração. Desenvolvido desde 2014, o projeto pode expandir em 85% a capacidade da empresa de tratar gás natural — insumo considerado estratégico pelo governo Lula.
As obras do gasoduto que liga as plataformas da Bacia de Santos até o Polo GasLub Itaboraí (antigo Comperj), no Rio de Janeiro, já estão prontas. A estrutura tem 355 km de extensão total, sendo 307 km em trecho marítimo e 48 km em trajeto terrestre. A UPGN está prestes a ser liberada.
O projeto tem capacidade para processar 21 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia), sendo que em 2023 a Petrobras, em um recorde, tratou 25 milhões de m³/d. Cerca de 600 profissionais estarão envolvidos nas operações.
Há outras dois gasodutos que saem da Bacia de Santos: o Rota 1, que liga a região a uma unidade de tratamento em Caraguatatuba (SP), e o Rota 2, que leva gás para ser tratado em Macaé (RJ). As três unidades de processamento, na prática, exercem o papel de “refinarias”, transformando o conteúdo bruto em comercializável.
Com esta possibilidade, a tendência é de que a Petrobras reduza o volume de gás que devolve aos poços. A reinjeção permite extrair mais óleo, e sua utilização pela companhia chegou a ser pivô da divisão entre o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, e o ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates.
O governo Lula vê a expansão da produção de gás natural no país como estratégica para seus planos. Além de produzir energia, o mineral é matéria-prima para segmentos da indústria, como o de fertilizantes — outro ramo de negócios que vem sendo priorizado pela Petrobras.
Polo GasLub
Para o Polo, antigo Comperj, a Petrobras ainda estuda a construção de uma planta de processamento de lubrificantes, a partir de interligações já existentes de algumas de suas unidades com a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).
Também é analisado o projeto de um parque termelétrico com capacidade de gerar 1.867 MW de energia elétrica. A planta seria composta pela UTE GasLub I (capacidade de 1.245 MW) e UTE GasLub II (capacidade de 622 MW) e suas respectivas subestações elevadoras.
O combustível utilizado será o gás natural da Rota 3. O Projeto contará com os sistemas de conexões elétricas dedicados as UTEs I e II com a finalidade de elevar a tensão que sairá das usinas e será composto por um módulo de conexão de transformador e um módulo de entrada da linha de transmissão.