O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na próxima sexta-feira (30) o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2025.
De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a economia brasileira deve avançar 1,3% nos três primeiros meses do ano. O indicador é considerado a “prévia do PIB”.
Ao considerar o mês de março, a economia brasileira avançou 0,8%. A leitura do mês ficou acima da expectativa dos analistas do mercado financeiro.
Na avaliação de Gilvan Bueno, o IBC-Br do primeiro trimestre surpreendeu positivamente o mercado, demonstrando resiliência da economia brasileira mesmo diante de altas taxas de juros, atualmente em 14,75% ao ano.
O crescimento econômico brasileiro no período deve ser impulsionado, principalmente, pela agropecuária, segundo o IBC-Br.
Veja o desempenho por setor divulgado pelo IBC-Br:
- Agropecuária: 6,1%;
- Indústria: 1,6%;
- Serviços: 0,7%.
Desaceleração
Embora os dados indiquem que a economia brasileira está crescendo, o mercado financeiro e o Banco Central projetam uma desaceleração do PIB em 2025 na comparação com o ano passado, quando cresceu 3,4%.
No Relatório de Política Monetária divulgado em março, o Banco Central revisou o PIB para 1,9%. No relatório anterior, estava em 2,1%.
De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a política contracionista já tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação do crescimento da economia brasileira.
Tais impactos são esperados e requeridos pelo colegiado para a convergência da inflação para a meta, que é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,5%.
“O comitê analisou os diversos canais de política monetária e avalia que a política monetária restritiva já tem tido impactos no mercado de crédito, nas sondagens empresariais, no mercado de câmbio, nos balanços das empresas, assim como na moderação de alguns indicadores de atividade e de mercado de trabalho”, diz o documento.
Em entrevista ao CNN Money, Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, destacou que o desempenho mais robusto da economia brasileira é esperado no primeiro trimestre, impulsionado pela safra recorde do agronegócio. Mas a especialista prevê uma mudança nessa tendência ao longo de 2025.
No ano passado, o PIB surpreendeu as expectativas do mercado e cresceu acima do esperado. O primeiro Boletim Focus divulgado pelo Banco Central em 2024 projetava que a economia brasileira iria crescer 1,59% no ano.