Às vésperas da implementação do tarifaço, empresários brasileiros fazem cálculos dos impactos previstos ao Brasil. O setor de suco de laranja estima um prejuízo anual de até R$ 4,3 bilhões com a entrada em vigor da tarifa de 50%, o equivalente a US$ 792 milhões.
A estimativa leva em consideração a aplicação acumulada da nova tarifa prometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a próxima sexta-feira (1º), com a alíquota adicional de 10%, anunciada em abril.
O Brasil não tem nem mesmo a certeza sobre o acúmulo das duas tarifas ou se a aplicação dos 50% virá em substituição. Caso o caminho seja a segunda opção, o impacto é calculado em US$ 635 milhões por safra, alta de 345,8% em relação ao cenário atual.
A principal dúvida diante da expectativa de confirmação do tarifaço é sobre o que fazer com as frutas que seriam processadas para abastecer o mercado dos EUA, uma vez que esse não é mais um destino tido como certo. Não há, no curto prazo, mercados com capacidade de absorver esse volume adicional, o que pode colocar o setor em posição delicada.
Nas projeções da Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior, o aumento de impostos será de 456% em relação aos impostos pagos na safra 2024/25, encerrada em 30 de junho.
No período, os Estados Unidos foram o segundo principal destino do suco produzido no Brasil. Foram exportadas 307.673 toneladas, o equivalente a cerca de 85 milhões de caixas de 40,8 quilos, com receita total de US$ 1,31 bilhão.