O nível de ocupação da população idosa no Brasil atingiu o maior nível da série histórica, que iniciou em 2012, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (3).
Em 2024, a taxa de ocupação entre as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos foi de 24,4%, ou seja, 1 a cada 4 idosos trabalhava.
Segundo o IBGE, a presença no mercado de trabalho por mais tempo é um reflexo do aumento da expectativa de vida, mudanças nos arranjos familiares nos últimos anos, alta informalidade, além da reforma da Previdência Social em 2019.
Referente à subutilização, a taxa composta para as pessoas idosas caiu, em relação aos últimos anos, para 13,2%, abaixo da média (16,2%).
Já a taxa de desocupação da população idosa brasileira foi a 2,9% em 2024, também apresentando queda desde 2021.
A menor taxa de ocupação entre os idosos no país foi observada em 2020 (19,8%), mas segue crescendo desde então.
A quantidade de pessoas idosas no país cresceu 53,3% em 2024 na comparação com os últimos 12 anos.
Em 2012, eram 22,2 milhões de idosos no Brasil — correspondente a 14,4% da população. Já em 2024, esse número avançou para 34,1 milhões, cerca de 19,7% dos brasileiros.
Homens e mulheres
Entre as pessoas idosas no país em 2024, 34,2% são homens e 16,7% mulheres, uma diferença de 17,4 pontos percentuais.
Em 2024, quase metade dos homens entre 60 e 69 anos estavam ocupados (48%). No mesmo período, 26,2% das mulheres nessa idade participavam do mercado de trabalho.
Conforme os dados, o maior nível de ocupação foi puxado pelo aumento entre as mulheres. No ano de 2019, a taxa era de 14,6% para mulheres idosas e de 33,8% para homens idosos.
Além disso, segundo o IBGE, houve uma queda significativa no nível de ocupação a partir de 70 anos. Somente 15,7% dos homens e 5,8% das mulheres ainda estão no mercado de trabalho nessa faixa etária.
Posições ocupadas e trabalho informal
Segundo também a pesquisa, as pessoas idosas permaneceram no mercado de trabalho atuando principalmente por conta própria e empregador. Além disso, cerca de 51% dos idosos no Brasil tinham duas posições em 2024.
Em outro recorte, o grupo de pessoas idosas registou a menor taxa de formalização (44,3%) em comparação à média das demais pessoas com idade para trabalhar (59,4%).
Em 2024, cerca de 55,7% dos idosos trabalhavam na informalidade. Entre as pessoas idosas pretas e pardas, somente 38,8% trabalhavam em ocupações formais, enquanto 61,2% eram informais, segundo o IBGE.
Rendimento
O rendimento médio habitual do trabalho principal das pessoas de 60 anos mais (R$ 3.561) foi 14,6% superior aos demais trabalhadores de 14 anos ou mais (R$ 3.108), segundo o levantamento de 2024 do IBGE.
As mulheres idosas receberam R$ 2.718, cerca de 33,2% inferior ao recebido pelos homens, R$ 4.071.
Já as pessoas pretas ou pardas tinham rendimento de R$ 2.403, 48,7% menor que as pessoas brancas, com R$ 4.687.
O rendimento-hora dos ocupados com 14 anos de idade ou mais foi de R$ 19,20, em 2024. Esse valor tende a ser maior à medida que aumenta o grupo de idade.
Enquanto no grupo de 14 a 29 anos, o rendimento-hora foi de R$ 13,30, para as pessoas com 60 anos ou mais foi quase o dobro, R$ 25,60.

