A taxa média de desemprego em 2023 ficou em 7,8%. Esse resultado anual é o menor desde 2014, quando o indicador marcou 7%. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desemprego médio do ano passado foi 1,8 ponto percentual (pp) menor que o nível de 2022, com 9,6%. O resultado confirma tendência já apresentada, naquele ano, de recuperação do mercado de trabalho, após o impacto da pandemia da Covid-19.
O levantamento revela que a população média ocupada atingiu um recorde, subindo para 100,7 milhões de pessoas em 2023, com crescimento de 3,8% na comparação com 2022. Na outra ponta, houve redução de 17,6% no número médio de pessoas desocupadas entre 2022 e 2023, chegando a 8,5 milhões.
Além da taxa média de desemprego, a pesquisa revela que no trimestre móvel de outubro a dezembro de 2023, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 109,1 milhões de pessoas. Isso indica crescimento de 0,8% (mais 912 mil) frente ao trimestre de julho a setembro de 2023. Além disso, é uma expansão de 1% (mais 1,1 milhão de pessoas) no ano.
Subutilização e subocupação
A taxa composta de subutilização (17,3%), recuou 0,3 p.p. no último trimestre do ano, frente ao trimestre encerrado em setembro (17,6%) e caiu 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre de 2022 (18,5%). Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em junho de 2015 (17,3%).
Já população subutilizada (19,9 milhões de pessoas) ficou estável no trimestre. O recuo foi de 6,4% no ano, com 21,3 milhões. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016.
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,4 milhões) ficou estável nas duas comparações.
Informalidade
A taxa de informalidade foi de 39,1%, ou 39,5 milhões de trabalhadores informais. O resultado iguala o trimestre encerrado em setembro e supera o mesmo trimestre de 2022 (38,8%).
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (sem contar trabalhadores domésticos) chegou a 37,9 milhões. Isso representa o recorde da série iniciada em 2012, com alta de 1,6% (mais 612 mil) no trimestre e de 3% (mais 1,1 milhão) no ano.
O número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) ficou estável no trimestre e no ano. A tendência seguiu no número de trabalhadores por conta própria (25,6 milhões), o de empregadores (4,2 milhões) e o de empregados no setor público (12,2 milhões).
O número de trabalhadores domésticos (6 milhões) aumentou 3,8% (mais 223 mil pessoas) ante o trimestre anterior. Na comparação anual, subiu 3,5% (mais 204 mil).
Rendimentos
O rendimento real habitual (R$ 3.032) não teve variação significativa na comparação trimestral e cresceu 3,1% no ano.
A massa de rendimento real habitual (R$ 301,6 bilhões) atingiu novo recorde da série histórica, crescendo 2,1% frente ao trimestre anterior e 5,0% na comparação anual.
Fora de trabalho e desalento
A população fora da força de trabalho (66,3 milhões) diminuiu 0,8% (menos 543 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e ficou estável ante o mesmo trimestre de 2022.
A população desalentada (3,5 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e caiu 13,6% (menos 542 mil pessoas) no ano.
O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,1%) ficou estável na comparação com o tri anterior e recuou 0,5 p.p. no ano (3,6%).