Questionado sobre a eventual possibilidade de se criar um imposto sobre as transações realizadas pelo Pix, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), Renato Dias de Brito Gomes, avaliou em live nesta segunda-feira (4) que taxar o uso do instrumento seria “uma loucura”.
“Espero que não. Não é assunto do BC, mas seria uma loucura”, afirmou Gomes, na live semanal da instituição.
O tema vem sendo discutido há meses com rumores de que o sistema de pagamentos instantâneos poderia vir a ser taxado para pessoas físicas, que hoje usufruem do mecanismo de forma gratuita.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, afirmou ao Senado que isso não vai acontecer. Apesar disso, vale lembrar que a gratuidade só vale para pessoas físicas. Empresas podem ser taxadas.
O diretor repetiu que o Pix Internacional é uma das prioridades em desenvolvimento pelo BC e negou que o instrumento tenha o objetivo de substituir o uso dos cartões de crédito, como aventou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, na semana passada.
“O grande impacto do Pix é substituir dinheiro, que vai sempre existir, mas é um meio de pagamento ineficiente, Quanto mais houve migração de dinheiro para meios digitais, sobretudo o Pix, melhor. A preocupação do Pix não é substituir cartão de crédito, que oferece também outros serviços. Mas o crédito é uma grande avenida de desenvolvimento para o Pix”, completou.
Apoio aos servidores
Gomes ainda apoiou o movimento dos servidores do BC pela reestruturação da carreira do órgão. “A equipe que trabalha no Pix entregou muito, e um dos grandes desafios para seguir na agenda evolutiva é a moral da equipe, devido à avaliação de que a carreira do BC não é devidamente valorizada”, concluiu.
O BC publicou nesta segunda-feira (4) o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”, com as principais estatísticas do instrumento até o ano passado.
*Com informações Infomoney