As vendas de café, carne bovina e sucos de frutas do Brasil aos Estados Unidos despencaram desde abril — quando o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs tarifas de 10% ao Brasil. O movimento acontece antes mesmo de entrarem em vigor as taxas de 50%, previstas para 1º de agosto.
Os ítens encabeçam a lista de produtos do agronegócio mais exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. E o Ministério da Agricultura, segundo apuração da CNN, coloca estes setores entre suas prioridades em busca de soluções para amenizar o impacto das taxas americanas.
A redução mais significativa se deu nas vendas de carne bovina: queda de 67%, ou seja, dois terços deixaram de ser destinados aos Estados Unidos. Em abril, foram exportados US$ 229,4 milhões; em junho, US$ 75,3 milhões.Play Video
No caso do suco de frutas, a queda ficou em 54%, ou seja, a redução atingiu mais da metade das exportações. As vendas de café caíram 41%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Setores do agronegócio — assim como outras frentes da economia brasileira — vem sendo uníssonas em pedir para que o governo federal articule junto à Casa Branca um adiamento do prazo para as tarifas de 50%. A gestão federal, contudo, ainda enfrenta dificuldade em estabelecer interlocução com os EUA para avançar qualquer negociação.
Entre as soluções trabalhadas pelo governo federal para ajudar os setores está um mapeamento de destinos alternativos aos produtos. Para o café, a China e a Austrália são vistos como destinos potenciais; para o suco de laranja, principal impactado entre os sucos de frutas, a Arábia Saudita; já para a carne bovina, México, Chile e Vietnã são opções.