As palavras de Abel Ferreira foram em tom de esperança, após o vice na Supercopa, contra o São Paulo, mas também ciente de um problema do Palmeiras em decisões sob seu comando: as disputas de pênaltis.
– Não tenho nenhuma varinha mágica para isso. Havemos de ganhar um dia uma competição em pênaltis, acredito nisso, mas são fatos.
Foram oito decisões neste formato desde a chegada do português, e somente uma terminou com a vitória do Verdão: o 6 a 5 sobre o Atlético-MG, na Libertadores de 2022.
– É competência. Treinamos todos os dias pênaltis. É perceber que não é o ponto forte dessa equipe. Não sou competente o suficiente para ajudar minha equipe a bater pênaltis – disse Abel, optando por valorizar a caminhada do time.
– Se perdemos é porque a equipe chegou lá, e isso que tenho que valorizar. Podíamos ter o dobro dos títulos que tivemos, porque chegamos. É preciso valorizar a quantidade de vezes que essa equipe chega nas decisões. Não fomos tão competentes quanto nosso adversário a bater pênaltis e defendê-los. Os campeões são aqueles que também sabem perder.
Abel Ferreira em campo no Mineirão em Palmeiras x São Paulo — Foto: Camila Alves
No Mineirão, o Palmeiras criou quase o triplo de chances do São Paulo – com 14 finalizações contra cinco -, mas empatou sem gols no tempo regulamentar. A decisão, portanto, passou para os pênaltis, em que o zagueiro Murilo e o lateral-esquerdo Piquerez pararam nas mãos do goleiro Rafael.
Weverton, debaixo das traves pelo Palmeiras, terminou sem nenhuma defesa nas penalidades e voltou a receber críticas por esse motivo. O goleiro recebeu o apoio de Abel Ferreira, que ainda relembrou que ao fim do ano passado uma defesa de pênalti – contra Tiquinho Soares, do Botafogo – foi decisiva para o título brasileiro do Verdão.
– Muitos torcedores são emocionais e têm memória curta. Prefiro valorizar os que estão conosco. Nós admiramos o Weverton. Sabe que é um líder capaz de inspirar nossos jogadores. E futebol é isso mesmo – afirmou.
– No dia que todos os torcedores forem unânimes, eu digo que meu trabalho está feito no Palmeiras e posso ir embora. Meu trabalho não é o que fiz até agora, é o que deixar quando sair.
Ser campeão é uma atitude, fez questão de dizer o treinador, e por isso permaneceu em campo – orientando os atletas a fazerem o mesmo – durante a cerimônia de entrega do troféu ao rival no Mineirão. Só deixaram o gramado após a taça erguida, mas com a certeza de que não será esta derrota a responsável por definir uma temporada.
– Continuo com o mesmo orgulho de ser treinador deles porque sei que fizeram o melhor que podiam. Mesmo ao falhar, sei que falham fazendo o melhor deles. Vamos continuar a nossa jornada.
Fonte: ge