O treinador Abel Ferreira, do Palmeiras, foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com um jogo de suspensão por ter tomado o celular do jornalista Pedro Spinelli, da TV Globo. O português participou virtualmente do julgamento, que ocorreu nesta terça-feira (27).
O técnico do time paulista foi julgado por se enquadrar no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Despostiva (CBJD), que aborda sobre “assumir qualquer conduta contrária à disciplina e à ética desportiva”. Ele pode recorrer à decisão, que o tira de apenas um jogo do Campeonato Brasileiro.
No entanto, no julgamento ficou estabelecido que ele não terá que pagar nenhuma multa. Por conta disso, o português não estará à beira do campo na partida contra o Athlético Paranaense, no domingo (2).
A situação aconteceu após a partida entre Atlético e Palmeiras, no dia 28 de maio deste ano. A confusão começou quando Anderson Barros, diretor de futebol do time paulista, reclamou com o árbitro Ronei Cândido Alves, auxiliar à beira do campo, por conta de um gol anulado do atacante Rony. Abel se aproximou para dar uma camisa ao membro de arbitragem e, ao perceber que o momento estava sendo gravado, tomou o celular do jornalista.
Ao longo do depoimento da terça-feira, Abel Ferreira alegou que não sabia que o local onde estava o jornalista era destinado à imprensa e não teria visto crachá do produtor da TV Globo. A Procuradoria do STJD, no entanto, alegou que o profissional estava no local adequado e vestindo o colete que caracteriza a imprensa.
“Outro dia eu chutei um microfone e parece que matei alguém. Estava num lugar em que não sabia que podiam estar jornalistas. Eu, pra respeitar os outros, primeiro tenho que ser respeitado. Se eu quero respeito, tenho que respeitar. Os jornalistas que respeitam os outros, têm meu respeito. Os jornalistas que ofendem, não têm o meu respeito. É como árbitros, dirigentes, treinadores. Tem os bons e os maus”, alegou o treinador, em entrevista coletiva, uma semana após o episódio.
Depois da situação, a diretoria do Palmeiras, que apoia o treinador, intermediou um pedido de desculpas pelo telefone a Pedro Spinelli – e não foi o primeiro pedido de desculpas por ligação do treinador a um jornalista.