No último sábado, o Centro de Convenções Vasco Vasques voltou a ser o palco de mais uma noite de Amazon Abu Dhabi. O evento em sua edição 17, foi dia 29 de novembro, que iniciou às 20h e terminou por volta de 2h30 da madrugada em torno de seis horas e meia de jiu-jitsu, com lutas emocionantes e luta polêmica que tomou conta das redes sociais.
Foram 23 combates, entre crianças, masters e adultos, além de um GP masculino que misturou faixas roxa, marrom e preta, que entregou boas lutas desde a primeira rodada.
A luta principal, entre Luis Neto e Rafael Cachorrão, encerrou a noite com controvérsia… Foi declarada empate no evento, mas posteriormente oficializada como vitória de Rafael Cachorrão em nota nas redes sociais da organização.
O Amazon Abu Dhabi movimentou o cenário local, esta edição agitou as redes sociais dos amantes do jiu-jitsu manauara.


Ruan Ramon x Felipe Oliveira
O evento abriu com energia. Ruan Ramon entrou agressivo, comandando as ações desde o início. Felipe Oliveira se ajustou bem no decorrer do combate e chegou a tomar o controle da luta, mas Ruan manteve foco e leitura fina de jogo para aproveitar a brecha final, pontuar e garantir a vitória. Uma luta de abertura sólida, de ritmo crescente.
Sthefany Calheiros x Rayane Rocha
A primeira grande virada da noite. Sthefany saiu na frente com dois pontos, mas Rayane mostrou resiliência incomum. Mesmo confessando não estar em sua melhor condição antes de entrar no tatame, ela encontrou um caminho técnico brilhante, passou a guarda, tomou as costas e finalizou. Uma vitória que emocionou e já anunciava o tom do imprevisível do evento.
O GP Masculino teve muita técnica, agressividade e estratégia
Guilherme Jhonis x Neto Zurra
A abertura oficial do GP foi um dos confrontos mais estudados tecnicamente. Neto Zurra iniciou agressivo com um double leg bem encaixado. Guilherme Jhonis, porém, respondeu com maturidade de faixa-preta, atacou as pernas, quase encaixou uma honoplata e virou a luta com domínio progressivo. No final, garantiu a vitória nos pontos e avançou.
Victor Hugo x Orlando Sarmento
Uma das lutas mais vibrantes da noite. Orlando, faixa-marrom, surpreendeu pela intensidade, pressão, agressividade, vontade de surpreender. Vitor Hugo, mais experiente, administrou o desgaste do adversário e cresceu na reta final, garantindo a vitória por pontos. Foi um duelo de alto nível que mexeu com o público.
Yuri Alencar x Lony Kong
Yuri fez uma apresentação firme, estratégica, vencendo por pontos e avançando com certa tranquilidade no GP.
Rodrigo Santana x Bruce Robert
Uma das histórias mais marcantes da noite. Bruce, faixa-roxa, encarou o faixa-preta Rodrigo Santana e, logo no início, abriu a vantagem. Bruce mostrou transições rápidas, base forte e equilíbrio impecável. Rodrigo tentou devolver a pressão com jogo de lapela, mas o roxa neutralizou todas as tentativas.
No final, Bruce venceu e Rodrigo deixou o tatame emocionado, sentindo o peso da graduação. O público reconheceu que foi uma performance gigante, talvez a maior de Bruce em eventos locais.
Semifinais do GP
Guilherme Jhonis x Victor Hugo
Um remake da batalha técnica, Gui Jhonis manteve o domínio do início ao fim. Controlou
a luta com precisão, venceu por pontos e garantiu vaga na final.
Yuri Alencar x Bruce Robert
Após a grande vitória sobre o faixa-preta, Bruce voltou determinado, mas Yuri
apresentou um jogo mais amarrado porém competitivo. Foi superior na tática e venceu
por pontos, indo para a final contra Gui.
Final do GP
Guilherme Jhonis x Yuri Alencar
A luta que coroou o GP. Jhonis, em noite inspirada, demonstrou repertório ofensivo e
excelente leitura de tempo. Após transições seguras, conseguiu ajustar a finalização e
encerrou o combate, garantindo o título do GP de maneira incontestável.
Ira Laís x Thalita Guima
A luta feminina que mais gerou debates. Apesar da expectativa de um confronto
acelerado como costuma ser o padrão do feminino manauara o duelo foi travado, com as
atletas em pé, disputando pegada, mas sem conseguirem quedas.
Ira, venceu e mostrou maturidade estratégica. No final, puxou guarda e encaixou um
triângulo.
O resultado foi justo pelos detalhes técnicos, mas o combate deixou a sensação de que
poderia ter entregado mais especialmente considerando o alto nível do jiu-jitsu feminino
da cidade.
Letícia da Silva (White House) x Kauanny Victoria (May Ladislau)
A melhor luta da noite. Essa afirmação não é exagero é consenso entre público, treinadores e quem acompanha o desenvolvimento das categorias de base em Manaus.
Letícia e Kauanny, ambas faixas laranja, mostraram uma maturidade que extrapola sua
graduação. A torcida da White House e May Ladislau fizeram muito barulho A torcida
puxou e a luta entregou.
Letícia com seu jogo característico de guarda forte, ajustada, estratégica. Trabalhou
evoluções para as costas e ataques de braço com precisão. Kauanny respondeu com
pressão, tentando impor ritmo e quebrar o domínio da guarda.
Tecnicamente, foi um duelo perfeito de pressão vs. controle. No momento decisivo, Letícia encaixou o arm-lock muito técnico “coisa de gente grande”.
Mais do que vitória ou derrota, ficou claro: a nova geração feminina do jiu-jitsu
manauara está pronta, forte e amadurecendo.
Diversos confrontos da noite reforçaram a importância da base na construção do jiu-jitsu amazonense.


Destaques:
- Nicolly Sophia finalizou Nicolly Oliveira, mostrando agressividade e
técnica refinada. - Davi Araújo finalizou Marcelo Dean com precisão.
- Letícia Silva venceu Kauanny, em confronto equilibrado e técnico.
- Maria Sinistrona, sempre intensa, perdeu por decisão para Emilly do
Carmo, que demonstrou controle e consistência. - Radija Sophia venceu por pontos após luta extremamente
movimentada. - Júlia Heloíse, com domínio posicional, venceu Sofia.
- Eder Cabral, em luta, superou Akilles Almeida.
- Rafael King Kong e Adriano Godzilla fizeram uma luta muito
aguardada, decidida pelos detalhes e pelas ações no fim, com vitória de King
Kong por decisão do juiz.
O equilíbrio das lutas reforça a força e a diversidade técnica da nova geração que vem surgindo em Manaus.
Luis Neto x Rafael Cachorrão
A luta que encerrou a madrugada foi também o combate mais comentada do pós-evento.
Dentro do tatame, um confronto parelho, estudado, duro. No evento, foi declarado empate. Horas depois pela manhã, nas redes sociais oficiais do evento, uma nota decretou vitória de Rafael Cachorrão, reacendendo debates e dividindo opiniões entre atletas, treinadores e fãs.
A polêmica tomou grande parte das conversas da comunidade, reforçando aquela
máxima do jiu-jitsu de que “às vezes, a luta continua fora do tatame”.
Independente da nota oficial, o fato é que foi um duelo emocional, com entrega dos dois atletas, e que deixou claro que ambos têm capacidade para protagonizar uma revanche em futuros eventos do Amazon Abu Dhabi.
O Amazon Abu Dhabi no Vasco Vasques entregou o que se espera de um grande evento:
- técnica,
- emoção,
- histórias pessoais,
- performances surpreendentes,
- e, acima de tudo, evolução do jiu-jitsu local, especialmente feminino e
juvenil.
Letícia x Kauanny brilhou de forma incontestável. O GP mostrou a técnica dos faixas-preta e a coragem dos faixas-coloridas que ousam desafiar.
Bruce Robert protagonizou uma das maiores performances de sua carreira.
Rayane mostrou força mental inspiradora. A luta principal gerou debate e engajamento como poucas vezes visto.
E assim, madrugada adentro, o Vasco Vasques testemunhou mais um capítulo do jiu-jitsu amazonense, sempre competitivo e cheio de histórias para contar.

