Carlo Ancelotti estreou na Seleção Brasileira com um empate sem gols diante do Equador, em Guayaquil, nessa quinta-feira (5). O jogo era válido pela 15ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.

Não ganhou, mas também não perdeu. Não empolgou, mas também não desestabilizou totalmente a expectativa. No fim das contas, um início de trabalho regular com cara de incógnita, por enquanto.
Apesar disso, a partida pode deixar um legado importante para a sequência de Ancelotti na Seleção Brasileira. Listamos seis lições para o italiano.
Seis lições da estreia de Ancelotti na Seleção Brasileira
1. Esquema com três volantes não funcionou
Ficou claro desde o início que o esquema favoreceria a defesa em detrimento do ataque. Casemiro foi bem, jogando dentro das suas características, mas Gerson e Bruno Guimarães não conseguiram cumprir a proposta de levar a bola ao ataque. Os dois tiveram atuações instáveis em Guayaquil.
Estêvão, de apenas 18 anos, provou que ainda não está totalmente pronto para ser titular da Seleção Brasileira, porém, entregou lampejos interessantes. Lapidado e com a confiança de Ancelotti, pode ser importante no ciclo até a Copa do Mundo.
2. Alexsandro foi o melhor em campo e provou que pode ser utilizado
A grande surpresa da Seleção Brasileira. Alexsandro chegou como desconhecido à convocação, foi lançado no time titular e aproveitou bem a oportunidade. A reportagem, inclusive, considerou o zagueiro do Lille como o melhor do Brasil no Monumental de Guayaquil.
Bem pelo alto e seguro nas interceptações, Alexsandro causou impressão interessante para uma zaga que clama por novos nomes, para fugir de Marquinhos, Éder Militão e Gabriel Magalhães. Com pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, o defensor provou que pode buscar um espaço nessa Seleção.
3. Um jogo sem ser vazado é importantíssimo
Mesmo que não tenha vencido, foi fundamental para a Seleção Brasileira ter deixado o Equador sem ser vazado. O Brasil tem a pior defesa entre os que estão na zona de classificação para a Copa do Mundo, com 16 gols sofridos.
O ataque, por sua vez, é o segundo melhor das Eliminatórias. Quando conseguir arrumar a defesa, o setor ofensivo forte do Brasil tende a garantir resultados com maior facilidade.
4. É preciso encontrar titulares nas laterais
Alex Sandro é uma boa opção pela experiência, mas já não entrega no mesmo nível. Caio Henrique, sempre pedido pela torcida, nem sequer foi convocado, enquanto Carlos Augusto não empolga. E olha que a esquerda tem mais opções do que a direita.
Ancelotti optou por deixar Wesley de fora do banco de reservas e viu Vanderson ser destaque negativo. O ex-Grêmio perdeu boa chance no ataque e foi totalmente dominado na defesa. A maioria dos lances de perigo do Equador surgiu pelo setor.
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5. Richarlison, no momento, não é o centroavante ideal para a Seleção Brasileira
Por mais que o retorno seja importante, Richarlison teve atuação fraca em Guayaquil. Furou, inclusive, uma das melhores oportunidades do Brasil no jogo, após grande jogada de Vinicius Júnior pela esquerda.
Talvez seja a hora de testar uma opção que complemente melhor as pontas, especialmente com o retorno de Raphinha diante do Paraguai.
6. Neymar “hipotético” é o principal reforço para Ancelotti na Seleção Brasileira
Faltou um camisa 10 ao Brasil, isso é nítido. São poucos os meias de criação disponíveis para Ancelotti na Seleção Brasileira. Rodrygo não entregou o esperado quando utilizado na função e, inclusive, foi muito criticado. A solução é uma incógnita: Neymar.
Se saudável e com vontade, algo que não tem demonstrado nos últimos meses, o jogador do Santos seria fundamental no esquema do Brasil. A grande questão é saber qual Neymar estará em campo quando (e se) for utilizado.
O próximo compromisso da Seleção Brasileira será na terça-feira (10), contra o Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo.