O Brasil conquistou, pela primeira vez na história, o título do Mundial de Atletismo Paralímpico ao terminar na primeira colocação do quadro de medalhas da edição realizada em Nova Déli, na Índia, encerrada neste domingo (5). O país somou 15 ouros, 20 pratas e nove bronzes, totalizando 44 medalhas.
A China ficou em segundo lugar, com 13 ouros, 22 pratas e 17 bronzes (52 no total), e o Irã encerrou em terceiro, com nove ouros e 16 pódios.
A campanha histórica foi construída com pódios diários da delegação brasileira. No último dia de disputas, seis atletas subiram ao pódio: foram três ouros, uma prata e dois bronzes. Entre os destaques, estão os títulos de Jerusa Geber, Clara Daniele e Zileide Cassiano.
Recordes e feitos individuais
A acreana Jerusa Geber venceu os 200m T11 (deficiência visual) com 24s88, seu melhor tempo da temporada, e chegou ao segundo ouro em Nova Déli.
Com o resultado, tornou-se a atleta brasileira com mais medalhas em Mundiais, entre homens e mulheres: 13 no total, sendo sete ouros, cinco pratas e um bronze. Ela superou a marca da mineira Terezinha Guilhermina, que tinha 12.
Na mesma prova, Thalita Simplício ficou com o bronze, em 25s97. Foi o décimo pódio da potiguar em Mundiais. A prata ficou com a chinesa Liu Yiming, com 25s54.
Episódio inusitado garantiu ouro
Já a potiguar Clara Daniele viveu um episódio inusitado. Estreante em Mundiais, ela terminou a prova dos 200m T12 em segundo lugar, com 24s42, mas herdou a medalha de ouro após a desclassificação da venezuelana Alejandra Paola Lopez, cujo guia a puxou antes da linha de chegada.
A prata ficou com a indiana Simran, e o bronze, com a chinesa Shen Yaqin.
Outra medalhista foi a também potiguar Maria Clara Augusto, prata nos 200m T47 com 24s77, seu melhor tempo na temporada. Ela encerrou a competição como a brasileira que mais vezes subiu ao pódio em Nova Déli: três vezes (ouro nos 400m, prata nos 100m e nos 200m).
A campeã foi a equatoriana Kiara Rodriguez, que cravou 24s34, novo recorde mundial.
Arremesso de peso
O catarinense Edenilson Floriani levou o bronze no arremesso de peso F42/F63, com 14,96m, recorde das Américas. Foi sua segunda medalha de bronze no torneio, após também ficar em terceiro no lançamento de dardo. A vitória foi do britânico Aled Davies, com 16,44m.
No arremesso de peso F57, o paulista Thiago Paulino teve confirmada a medalha de prata após recurso aceito pelo júri, que reverteu protesto feito contra a sua marca de 14,82m.
Histórico no quadro de medalhas
O título em Nova Déli quebrou a hegemonia chinesa, que só havia perdido o topo uma vez na história, em Lyon 2013, quando a Rússia terminou em primeiro lugar. O Brasil já vinha se aproximando da liderança nos últimos anos, ao terminar em segundo em Dubai 2019, Paris 2023 e Kobe 2024.
No Japão, no ano passado, a delegação havia registrado sua campanha mais dourada, com 19 ouros, mas ficou atrás da China.
Com a conquista na Índia, o Brasil registra sua melhor campanha de todos os tempos em Mundiais de atletismo, superando inclusive a performance em Paris 2023, quando obteve seu maior número de medalhas (47).
Histórico recente do Brasil em Mundiais
- Nova Déli 2025 – 1º lugar (15 ouros, 20 pratas e 9 bronzes)
- Kobe 2024 – 2º lugar (19 ouros, 12 pratas e 11 bronzes)
- Paris 2023 – 2º lugar (14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes)
- Dubai 2019 – 2º lugar (14 ouros, 9 pratas e 16 bronzes)
- Londres 2017 – 9º lugar (8 ouros, 7 pratas e 6 bronzes)
- Doha 2015 – 7º lugar (8 ouros, 14 pratas e 13 bronzes)
- Lyon 2013 – 3º lugar (16 ouros, 10 pratas e 14 bronzes)
- Christchurch 2011 – 3º lugar (12 ouros, 10 pratas e 8 bronzes)
- Assen 2006 – 19º lugar (4 ouros, 11 pratas e 10 bronzes)