O Cerro Porteño-PAR publicou, nesta terça-feira (11), nas redes sociais um vídeo de uma campanha contra o racismo. Os jogadores da equipe sub-20 aparecem na publicação com declarações contra a discriminação no futebol.
O Cerro Porteño recebeu uma multa de 50 mil dólares (cerca de R$ 290 mil), que deve ser paga em até 30 dias da notificação ao clube. Além disso, a Conmebol decidiu que o time paraguaio teria que publicar uma campanha para conscientização contra o racismo em sua redes sociais.
“O futebol nos une. O racismo nos divide” é o da ação. O material foi divulgado pela conta do time de base do Cerro, que conta mais de 6 mil seguidores. O perfil oficial da equipe principal repostou a publicação.
“A cor da nossa pele não determina nossa habilidade. A nacionalidade não define nossa paixão pelo futebol. O respeito é a camisa que todos vestimos. Somos mais fortes juntos. Futebol é um jogo de equipe, sem preconceitos, porque o racismo não tem lugar no nosso campo, nem nas arquibancadas nem em campo”, dizem os atletas.
A postagem, porém, não agradou alguns paraguaios, que responderam com mensagens racistas e com críticas à postura de Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
“BRASILEROS MACACOS”, escreveu um usuário. Alguns publicaram emojis de macaco, imagens de macacos e até mesmo montagens racistas com Vinicius Júnior, que se tornou um dos líderes da luta antirracista na Espanha.
“Nem assim a presidente chorona do Palmeiras vai estar satisfeita”, escreveu outro.
Leila chegou a afirmar que o clube busca a exclusão da equipe paraguaia da Libertadores Sub-20.
“Nós vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição, porque não é a primeira vez que esse clube ataca os nossos atletas e os nossos torcedores”, afirmou a mandatária na última sexta-feira (7), pouco antes da apresentação de Vitor Roque.
“Se ele [futebol] une, por que o outro time pede a expulsão do Cerro da competição? Isso não é uma forma de discriminação?”, disse um internauta.
O Palmeiras discordou da punição, e a CBF classificou como “ineficaz”.
Entenda o caso
O episódio de racismo ocorreu durante a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, quando torcedores paraguaios proferiram insultos racistas contra jogadores brasileiros.
Durante o segundo tempo, um torcedor, segurando uma criança no colo, fez gestos de imitação de macaco em direção a Figueiredo, jogador do Palmeiras. Pouco depois, Luighi relatou ter sido chamado de “macaco” por outro torcedor. Emocionado e indignado, o atacante chorou no banco de reservas.
O caso ganhou ainda mais repercussão após a forte declaração de Luighi durante uma entrevista pós-jogo. Visivelmente abalado, ele questionou a falta de interesse da imprensa em abordar o caso de racismo:
“Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”, desabafou Luighi.
Próximo compromisso
O Palmeiras, líder do Grupo C da competição, está classificado à semifinal e irá enfrentar o Belgrano na próxima fase da Libertadores, em partida marcada para a próxima quinta-feira (13), em local e horários a serem definidos.