O Summit CBF Academy reuniu grandes personalidades do futebol brasileiro em evento realizado nesta quarta-feira (26), em São Paulo. Uma das pautas foi a apresentação do modelo de fair play financeiro pela entidade, que entrará em vigor a partir de 2026.
A ação busca manter um equilíbrio financeiro entre as equipes e será aplicada aos clubes que disputarão as Série A e B do Campeonato Brasileiro no ano que vem.
A Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF) será a responsável por fiscalizar, monitorar a aplicar as sanções do chamado Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF).
De acordo com o informado pela CBF, o modelo será pautado em quatro pilares: controle de dívidas em atraso, equilíbrio operacional, controle de custos com elenco e capacidade de endividamento de curto prazo. O sistema foi inspirado em outros semelhantes já aplicados em países da Europa, como Espanha, França e Inglaterra.
A principal diferença para o modelo do Brasil é a não-restrição à respeito da injeção de recursos de sócios ou de acionistas.
“Nosso fair play financeiro foi construído a várias mãos, com muito diálogo, olhando para o que foi feito lá fora e com participação ativa dos clubes e federações para a elaboração de um modelo que atendesse às necessidades do nosso futebol”, falou Samir Xaud, presidente da entidade.
“Nosso sistema de sustentabilidade financeira não será apenas uma medida administrativa, mas uma ferramenta de justiça, de equilíbrio e de proteção ao futebol. Ele vai garantir que os clubes possam competir em condições mais justas, que os atletas recebam seus salários em dia, que os torcedores tenham confiança em seus times e que o futebol cresça com responsabilidade”, completou.
Regras do modelo de fair play financeiro dividido em cada pilar
Controle de dívidas em atraso
- Fiscalização em três oportunidades da temporada: 31 de março, 31 de julho e 31 de novembro;
- Dívidas anteriores a 2026 poderão ser regularizadas até o dia 30 de novembro do ano que vem;
- As dívidas adquiridas após 1º de janeiro de 2026 já entrarão nas novas regras.
Equilíbrio operacional
- Todos os clubes das Séries A e B devem fechar o ano com um superávit operacional;
- Para as equipes da primeira divisão, o valor máximo de déficit é de R$ 30 milhões ou 2,5% das receitas; para os times da B, R$ 10 milhões ou os mesmos 2,5%;
- Gastos com categorias de base, infraestrutura, projetos sociais, futebol feminino e esportes olímpicos estarão fora da contagem;
- A vigência por completo do modelo acontecerá em 2028, tendo 2026 e 2027 como anos de transição.
Controle de custos com elenco
- Custo do elenco deve ser inferior ou igual a 70% da soma de receitas, transferências e aportes;
- A transição será realizada em 2026 e 2027. A partir de 2028, o custo pode chegar ao limite de 80% e cairá para 70% (para os clubes da Série A) em 2029.
Capacidade de endividamento de curto prazo
- A dívida líquida deve ser igual ou inferior a 45% das principais receitas.

