De acordo com relatório divulgado pela organização Sou do Esporte em parceria com a Ernst & Young, o esporte movimentou R$ 183,4 bilhões no Brasil em 2023.
O número equivale a 1,69% do Produto Interno Bruto nacional, superando o índice representado pela cultura, que representa 1,55% do PIB.
A análise teve base em dados oficiais da Receita, IBGE e órgãos do setor. Também foram usados registros de secretarias, ministérios e da Loteria Federal. O intuito é descobrir o PIB do esporte brasileiro.
Segundo estudo, cada R$ 1 investido com recurso público retorna R$ 12. O cálculo inclui desde atividades de lazer até o esporte de alto rendimento.
Para Giovanni Rocco, secretário nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico, do Ministério do Esporte, o valor movimentado mostra que o setor é estratégico. “O dinheiro injetado no esporte não é despesa, é investimento”, disse.
Rocco afirma que o impacto não é apenas social, mas também no valor do PIB. Segundo ele, o resultado pode orientar novas políticas e decisões de governo.
A presidente do Sou do Esporte, Fabiana Bentes, destaca o papel do relatório. “O PIB hoje clareia todo o sistema desportivo, público e privado”, afirmou. Ela aponta que o dado ajuda a atrair investimentos e orientar gestores.
Comércio de artigos esportivos foi o maior responsável pelo PIB do setor. O segmento respondeu por 52% do total registrado em 2023. Atividades recreativas ficaram com 25% e a indústria com 13%. Já mídia e publicidade contribuíram com os 7% restantes.
Segmentos como e-sports, rodeios, automobilismo e apostas ficaram fora da análise.
Clubes impulsionam bilhões
Os clubes esportivos são responsáveis pela adesão de R$ 8,081 bilhões ao PIB, 4,41% do total. O valor representa um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior.
Segundo Paulo Maciel, do Comitê Brasileiro de Clubes, os clubes são “motores do desenvolvimento esportivo”.
A pesquisa observa que a contribuição dos clubes vai além do que foi mensurado, envolvendo também ações em cultura, educação e formação esportiva. “A cifra de R$ 8 bilhões é expressiva, mas certamente é apenas uma parte do que os clubes representam”, afirma Maciel.
Marcelo Teixeira, presidente do Santos, diz que os clubes são agentes econômicos e sociais. “O impacto de R$ 8 bilhões no PIB é apenas a ponta do iceberg”, garante.
Importância da LIE
Com apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e outras entidades, o estudo defende a permanência da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE).
A legislação permite que parte do imposto de renda vá para projetos esportivos.
A medida é citada como ferramenta de impacto econômico e inclusão social.
Fabiana Bentes diz que o relatório “traduz o esporte em números”. Ela afirma que o setor deve ser visto como ativo estratégico da economia.