A Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) confirmaram nesta sexta-feira (7) a entrada da Cadillac como a 11ª equipe do grid a partir de 2026. O princípio de acordo já havia sido divulgado em novembro do ano passado, mas ainda dependia de uma aprovação formal da competição. As duas entidades divulgaram um comunicado conjunto anunciando a entrada da escuderia na F1. Leia:
“A FIA e a Fórmula 1 podem confirmar que, após a conclusão de suas respectivas avaliações esportivas, técnicas e comerciais, a candidatura da General Motors e da TWG Motorsports para trazer uma equipe Cadillac ao Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA a partir de 2026 foi aprovada.”
Mohammed ben Sulayem, presidente da FIA, destacou o processo de aprovação da Cadillac e afirmou que a equipe foi a única entre sete concorrentes nas fases iniciais a atingir todos os requisitos. Para o mandatário, a entrada da escuderia na Fórmula 1 marca um “momento de transformação”:
“O dia de hoje marca um momento de transformação, e estou orgulhoso por liderar a Federação neste passo de progresso para o campeonato. A expansão da Fórmula 1 para ter uma 11ª equipe em 2026 é um marco. GM/Cadillac traz nova energia, alinhada aos novos regulamentos da FIA 2026 e inaugurando uma era empolgante para o esporte.
A presença da GM/Cadillac no paddock vai inspirar futuros competidores e fãs. A entrada deles fortalece nossa missão de expandir os limites do automobilismo no mais alto nível”, disse em comunicado.
A entrada da escuderia na Fórmula 1 coincide com a introdução dos novos regulamentos técnicos e de motores, que passam a valer a partir de 2026. A mudança deve ser uma das maiores da história da categoria: os veículos serão menores, mais rápidos e sustentáveis, contando com novidades que incluem a remoção do DRS (sistema de redução de arrasto) e sua substituição por um dispositivo de ultrapassagem manual.
A Cadillac é uma divisão da General Motors, maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos. Na Fórmula 1, a equipe vai operar em parceria com a TWG Motorsports, que controla as operações da Cadillac e também da equipe Andretti, presente em outras categorias de renome no automobilismo, como a Fórmula Indy e a Fórmula E.
A entrada da nova escuderia na Fórmula 1 aconteceu após uma novela que se arrastou por dois anos. A princípio, a ideia era entrar na categoria usando o nome Andretti, já em parceria com a General Motors. A equipe chegou a ter a candidatura para tentar uma vaga na F1 aprovada, mas a entrada foi recusada pela competição em janeiro de 2024, apesar do aval da FIA.
Michael Andretti, ex-piloto e filho do campeão da F1 Mario Andretti, chefiava até setembro deste ano a Andretti Global, com as atividades na Indy, na Fórmula E e os projetos visando a entrada na elite do automobilismo. Era ele quem comandava a candidatura em busca da vaga na F1 em 2026.
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Ele, porém, entregou há dois meses o comando de todas as equipes para Dan Towriss, CEO da TWG Global, passando a atuar como consultor. Depois dessa decisão, o processo de candidatura do time à Fórmula 1 voltou a ganhar força, priorizando a Cadillac no nome da equipe.
Apesar disso, a Cadillac ainda vai manter laços com a Andretti na empreitada na Fórmula 1: Mario Andretti vai atuar como diretor da nova escuderia.
O que já se sabe sobre a equipe
A Cadillac promete um investimento forte já para a próxima temporada. No último mês de fevereiro, a cidade de Concord, no estado norte-americano da Carolina do Norte, mostrou em documentos que a equipe tem interesse em investir entre 140 a 155 milhões de dólares (entre R$ 809 e 896 milhões, na atual cotação) para construir uma fábrica no local.
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A fábrica abrigará dois projetos da escuderia. O mais caro deles se refere à construção de um local para concentrar o desenvolvimento dos motores da equipe – a Cadillac vai usar unidades de potência da Ferrari em sua estreia na Fórmula 1, mas pretende utilizar peças próprias a partir de 2028. A ideia é que as obras nesta área comecem já no primeiro trimestre deste ano e durem até o primeiro trimestre de 2027. Para este projeto específico, a equipe deve desembolsar entre 75 e 85 milhões de dólares (R$ 433 a 491 milhões).
Ainda não foram definidos os pilotos da equipe para a temporada de 2026, mas Mario Andretti já deu pistas dos perfis que pretende buscar. Em entrevista à “NBC”, o campeão da temporada de 1978 disse que a prioridade é contratar algum competidor dos Estados Unidos. O mais cotado é Colton Herta – aos 24 anos de idade, o jovem compete na Fórmula Indy e foi vice-campeão com a Andretti em 2024. Já a outra vaga deve ficar com um piloto mais experiente, e não necessariamente norte-americano. Os dois nomes devem ser anunciados no meio do ano.
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A temporada de 2026 será a primeira desde 2016 a contar com 11 equipes no grid. Desde a saída da Manor, a Fórmula 1 se manteve com dez escuderias e 20 pilotos. Além da Cadillac, a F1 tem mais uma equipe baseada nos Estados Unidos: a Haas – curiosamente, a última a ingressar na categoria.
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