O escocês Robert Reid renunciou, nesta quinta-feira (10), ao cargo de vice-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), alegando uma “falha fundamental nos padrões de governança” dentro da entidade máxima do esporte a motor.
A saída do dirigente ocorre em meio a um momento delicado para a FIA e promete movimentar os bastidores do Grande Prêmio do Bahrein de Fórmula 1, que acontece neste fim de semana.
Reid fazia parte da equipe de confiança do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, que deve concorrer à reeleição em dezembro. A ruptura acontece pouco após Reid e David Richards, presidente da Motorsport UK, se posicionarem contra mudanças recentes nos estatutos da organização.
“Quando aceitei esse cargo, foi para servir aos membros da FIA, não ao poder”, afirmou Reid, campeão mundial de rali em 2001, em comunicado oficial. “Com o tempo, testemunhei uma erosão constante dos princípios que prometemos defender. Decisões estão sendo tomadas a portas fechadas, ignorando as estruturas e pessoas que a FIA existe para representar”.
Reid ressaltou que sua decisão não se trata de desavenças pessoais, mas de princípios. “O automobilismo merece uma liderança responsável, transparente e voltada para os membros. Não posso, de boa-fé, continuar em um sistema que não reflete esses valores”.
Até o momento, Ben Sulayem não se pronunciou. A FIA, por meio de um porta-voz, informou que está preparando um comunicado oficial. O presidente da entidade está no Bahrein, onde participará de reuniões e da corrida.
David Richards, por sua vez, também criticou a atual gestão da FIA. Em carta aberta aos membros da Motorsport UK, divulgada na quarta-feira (9), falou em uma “mudança na bússola moral” da liderança da entidade e declarou sua intenção de discutir o tema com Ben Sulayem pessoalmente.
Reid encerrou sua nota conclamando os clubes e stakeholders filiados à FIA a exigirem maior transparência e prestação de contas por parte da alta cúpula da federação.