Campeã dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, Imane Khelif ficou fora da Copa do Mundo de boxe de Eindhoven, na Holanda, que começou esta semana e vai a próximo dia 10, após a World Boxing estabelecer uma nova política a respeito de “sexo, idade e peso”.
Responsável pelo boxe olímpico desde fevereiro, a entidade passou a adotar testes genéticos obrigatórios para os boxeadores. A World Boxing explicou que a medida tem o objetivo de garantir a segurança de todos os participantes e proporcionar uma competição com igualdade de condições para homens e mulheres. O teste será realizado em todos os participantes da modalidade, determinando elegibilidade dos sexos, conforme desenvolvido por membros do Comitê Médico e de Antidoping.
A World Boxing emitiu uma carta para a federação de boxe da Argélia que cita diretamente Khelif como exemplo. Ela não poderá disputar competições chanceladas pela entidade enquanto não realizar o teste. Joren Dijsselbloem, prefeito de Eindhoven, criticou a postura da organização e saiu em defesa da pugilista. “Para nós, todos os atletas são bem-vindos em Eindhoven”.
Khelif se tornou alvo de polêmicas na Olimpíada de 2024, após surgirem questionamentos sobre seu gênero, com notícias falsas afirmando que ela era uma mulher transgênero.
Veja a carta da World Boxing enviada à federação de boxe da Argélia:
Imane Khelif não poderá participar da categoria feminina na Copa do Mundo de Eindhoven, de 5 a 10 de junho de 2025, e em qualquer evento da World Boxing até que Imane Khelif seja submetida a um teste genético de sexo, de acordo com as regras e procedimentos de teste do World Boxing.
De acordo com os Estatutos do World Boxing, as alterações às Regras de Competição são normalmente feitas pelo Congresso. No entanto, em circunstâncias especiais ou emergenciais, o Conselho Executivo do World Boxing detém a autoridade para fazer alterações imediatas quando uma regra for considerada inoperante ou quando a evolução das condições exigir uma alteração.
Em maio de 2025, o Conselho Executivo exerceu essa autoridade e adotou novos critérios de elegibilidade para a participação em categorias de boxe específicas para cada sexo. Essas novas regras de elegibilidade foram desenvolvidas com o propósito expresso de proteger os atletas em esportes de combate, especialmente considerando os riscos físicos associados ao boxe de estilo olímpico.
Informamos que, de acordo com a política da World Boxing, “…caso a certificação de gênero do atleta seja contestada pela federação do atleta ou pela World Boxing, o atleta ficará inelegível para competir até que a disputa seja resolvida…”