João Fonseca encerrou sua primeira temporada completa no circuito profissional de tênis com a confiança e a força de quem promete disputar o topo do ranking nos próximos anos. A avaliação é do site americano The Athletic, do The New York Times.
Aos 19 anos, o brasileiro conquistou neste domingo (26) o título do ATP 500 da Basileia, na Suíça, ao derrotar o espanhol Alejandro Davidovich Fokina, o segundo troféu do ano e o mais importante da carreira até aqui.
Com o resultado, Fonseca subiu para a 28ª posição do ranking mundial, consolidando-se como o principal nome da nova geração do tênis brasileiro. Ele é o segundo mais jovem campeão da história do torneio suíço, atrás apenas de Roger Federer, ídolo local e dono de dez títulos em Basileia.
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A promessa
O ano de Fonseca começou com promessas cumpridas. Campeão do Next Gen ATP Finals de 2024, torneio que reúne os melhores jogadores sub-21, ele fez história em janeiro ao vencer o top 10 Andrey Rublev em sua estreia de Grand Slam, no Aberto da Austrália, sua primeira vitória sobre um adversário desse nível.
Um mês depois, conquistou seu primeiro título de ATP em Buenos Aires, e parecia pronto para uma ascensão meteórica. Mas o restante da temporada trouxe os desafios típicos de um estreante: derrotas precoces em grandes torneios e dificuldades de adaptação ao ritmo intenso do circuito.
Mesmo assim, o talento prevaleceu, segundo avaliação do site americano. Fonseca mostrou evolução em todas as superfícies, incluindo o saibro, e confirmou sua maturidade em Basileia ao dominar Fokina com potência e consistência nos golpes de fundo.
No ritmo dos grandes
Os números reforçam o impacto do brasileiro. Ele começou 2025 como 113º do mundo e encerra o ano no top 30, trajetória semelhante à de Carlos Alcaraz e Jannik Sinner em suas primeiras temporadas completas no circuito.
Em 2021, Alcaraz terminou o ano como número 32; Sinner, em 2020, como 37. Ambos hoje figuram entre os cinco melhores do mundo. A comparação não é coincidência: Fonseca combina potência e intensidade raras para a idade, além de uma confiança que lembra a dos dois jovens campeões.
Próximos passos
Após o título na Suíça, o brasileiro segue para o Masters 1000 de Paris, última grande competição antes do encerramento da temporada. O torneio marca o fim de um ciclo que começou com altos e baixos, mas termina com Fonseca consolidado como uma das grandes promessas do tênis mundial.
“Ele está exatamente no caminho certo — ganhando experiência, ajustando o jogo e aprendendo a lidar com as oscilações”, avaliam técnicos próximos ao jogador ao portal.
Em tom descontraído, o brasileiro revelou após a conquista que havia feito uma aposta com a equipe: se vencesse um ATP 500, rasparia a cabeça. A promessa foi cumprida ainda no vestiário.

