MANAUS – O Amazonas sempre foi fértil quando o assunto é luta. Da família Gracie que desembarcou nessas terras até José Aldo, nunca passamos em branco nos ringues, tatames e ginásios mundo à fora. Agora, a jovem Lara Nobre desponta como mais uma dessas promessas que carrega no DNA o talento natural para o jiu-jitsu.
Ela está literalmente na luta desde os sete anos, e conta ao Vanguarda do Norte que tem grandes ambições. Em 2022 foi vice-campeã amazonense, ano passado subiu ao lugar mais alto do pódio, e agora o céu é o limite.
“A luta representa disciplina, humildade e respeito. É muito importante pra mim ,pois mudou totalmente minha vida para a melhor. Me fez ter hábitos saudáveis, também melhorou muito minha autoestima e saúde tanto mental, quanto física. Me fez enfrentar problemas tanto dentro do tatame quanto fora”, revela.
“CASCA GROSSA”
Lugar de mulher é onde ela quiser. Lara é mais um dos exemplos de que as mulheres do Amazonas são nossas representantes super poderosas. A meio-pesado agora quer conquistar o Brasil. “Esse ano com a minha estreia na faixa azul e lutando como juvenil, pretendo treinar o máximo e buscar ouro nas competições locais, e me preparar para no ano que vem disputar meu título de campeã brasileira”, planeja.
Recuperada de uma lesão, o treinamento diário, esforço e dedicação faz de Lara uma aposta local para manter a tradição desse esporte, que junto ao futebol concorre como o mais praticado por jovens no Amazonas.
“Estou treinando duro para competir os principais eventos das federações locais e da CBJJ, como o mundial no final do ano e o Manaus Open. Faço três treinos por dia, dois de jiujitsu e um de preparação física”.
ENTENDAO O QUE É O JIU-JITSU
Jujutsu, mais conhecido na sua forma ocidental romanizada Jiu-jitsu, ju-jitsu, é uma arte marcial japonesa (Bujutsu), e também um esporte de combate, que utiliza técnicas de percussão (Atemi-waza) golpes de projeções (Nage-waza), torções (Kansetsu-waza) e pressões para derrubar e dominar um oponente.[Sua origem, como sucede com quase todas as artes marciais antigas, não pode ser apontada com total certeza, o que se sabe por certo é que seu principal ambiente de desenvolvimento e refino foi nas escolas de samurais, a casta guerreira do Japão. Contudo, outros levantam a hipótese de ter origem chinesa através do Shuai Jiao.
A finalidade e o corolário de sua criação residem na constatação de que, no campo de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai poderia acabar sem suas espadas ou lanças, daí que ele precisava de um método de defesa desarmada. Nesta cércea, os golpes paulatinamente tenderam para projeções (nage waza) e luxações e torções (kansetsu waza), haja vista que os golpes traumáticos não se mostravam eficazes, pois, no ambiente de luta, os samurais encaminhavam-se às batalhas usando de armaduras.
O guerreiro feudal japonês deveria estudar inúmeras modalidades de combate, porquanto deveria estar preparado para quaisquer circunstâncias, sendo obrigado a defender não somente sua vida mas a de seu líder, um daimiô.
O romaji jūjutsu advém dos kanji, que quer dizer suave, macio, flexível, adaptável, e jutsu, técnica, arte ou ofício. Considerando um contexto marcial, o suave é impróprio a atividade, portanto poderia se considerar o flexível implicando dizer que a arte permite ao usuário se adaptar a qualquer situação com oponente armado ou não. O “suave” deseja evidenciar a superioridade da técnica sobre a força, onde movimentos precisos e rápidos sobrepujam qualquer força muscular e a rigidez que o excesso desta imprime ao corpo. A despeito de ser reconhecida como utilizadora de técnicas de agarramento, o seu repertório de golpes de controle (gyaku waza) e submissão (katame waza) incluem também golpes traumáticos (ate waza). O que vai dizer quais golpes serão estudados será a escola, ou linhagem, que se aprende.[8]
É um postulado basilar desta arte marcial o emprego da própria força e, quando possível, da força do adversário, em alavancas, que possibilita a um lutador, mesmo com compleição física inferior à do oponente, conseguir vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou torná-lo incapacitado com a quebra das articulações.
No Brasil, o termo “Jiu-Jitsu” é usado para se referir ao Jiu-jítsu brasileiro, forma desenvolvida a partir do Judô pelas Famílias Gracie e Fadda, e que foca no Ne waza (Luta de chão).
Já os termos Ju-jutsu e Ju-Jitsu são utilizados respectivamente, para designar as escolas não competitivas como Nagashima-Ryu e competitivas como: Hokuto-Ryu, e Seishin Higino Ryu. Em homenagem ao Mestre José Higino Alves Nunes, introdutor do Ju-Jitsu no Brasil, entre os anos de 1969 e 1975. Instituiu-se a data de seu nascimento 12 de Agosto, como dia Nacional do Ju-Jitsu. “12 de Agosto, dia Nacional do Ju-Jitsu”
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