BRASIL – Seis vezes eleita a melhor do mundo e às vésperas de disputar sua sexta Olimpíada, Marta continua jogando em alto nível. Tem feito uma temporada muito boa pelo Orlando Pride em 2024 e destacou-se também nos últimos amistosos da Seleção Brasileira. Agora, de volta ao centro de treinamento da CBF, em Teresópolis (RJ), ela busca manter a excelência.
Em entrevista à CBF TV, concedida num intervalo entre suas atividades na Granja Comary, Marta falou sobre seu sentimento de disputar outra Olimpíada e a estrutura do futebol feminino no país. Disse ainda que a regularidade em sua performance tem a ver com o foco e afirmou que cobranças fazem parte da relação do futebol com o torcedor.
Sobre os Jogos Olímpicos de Paris, especificamente, afirmou que a Seleção vai tentar fazer o que mais sabe, que é “jogar com alegria, com ousadia e também com muita garra e vontade”.
Entrevista com a Rainha Marta
Créditos: Fabio Souza/CBF
Sentimento pela sexta Olimpíada
A alegria é a mesma, é sempre um prazer vestir a camisa da Seleção, representar o nosso país numa competição tão grandiosa como a Olimpíada. Com relação à primeira vez (foi em Atenas, em 2004), há, claro, uma diferença tanto de idade quanto de experiência. Na minha primeira, eu tinha 18 anos e tudo era novo pra mim. Eu estava descobrindo sobre o futebol feminino brasileiro. Eu já atuava na Suécia, mas tinha pouca oportunidade de estar na Seleção, que jogava menos naquela época, os amistosos eram em menor número. Hoje, a bagagem é um pouco maior, com muito mais experiência, e isso faz com que a gente saiba da responsabilidade, mas com tranquilidade.
Estrutura
Vejo mudança em tudo em comparação ao início dos anos 2000: na estrutura de muitos clubes, na estrutura da Seleção Feminina, na abordagem do futebol feminino em nosso país. Vejo como realmente as pessoas estão empolgadas com o momento da modalidade e acreditam que possa melhorar cada vez mais, acompanham as meninas e têm uma facilidade maior de ter notícias sobre o futebol feminino no país. Hoje, a mídia fala mais, naquela época não tínhamos isso.
Confiança
Não vai faltar vontade, garra pra gente ir em busca desse sonho, que não é só das atletas, mas de uma nação. Estamos trabalhando muito e acredito que teremos a oportunidade de mostrar isso desde o primeiro momento quando estivermos na Olimpíada, que é uma competição difícil, de muito equilíbrio.
Entrevista com a Rainha Marta
Créditos: Fabio Souza/CBF
Manter-se em alto nível
O (segredo para se manter em alto nível) é o foco. Não adianta eu querer acelerar o processo. Sempre fui muito de pensar no que posso fazer hoje pra ser melhor amanhã. Sempre fui uma atleta que procurei manter o foco no meu objetivo, nunca satisfeita, achando que poderia melhorar e aprender não só comigo, mas principalmente com as pessoas ao meu redor. Porque a gente pratica um esporte coletivo e é importante extrair o melhor de cada desafio para que possa encontrar unidade na equipe.
Cobranças
A gente vive num país em que o futebol é o maior esporte. É normal que haja cobranças. O nosso trabalho é aqui, sabemos do nosso potencial, conhecemos cada vez mais as nossas companheiras e conseguimos entender a cada dia a maneira que nosso professor (Arthur Elias) quer que a gente se imponha dentro de campo. Isso é o mais importante.
Entrevista com a Rainha Marta
Créditos: Fabio Souza/CBF
O trabalho com Arthur Elias
Eu vejo com muito otimismo. Ele é um cara que consegue deixar muito claro o objetivo dele aqui. Não consigo vê-lo com dúvidas, ele tem muita certeza do que quer fazer na Seleção. Está passando diretamente isso para as atletas e eu acho que a gente está assimilando tudo muito bem. É tentar captar o máximo possível de informação para que possamos desempenhar o melhor dentro de campo.
Conexão com a torcida
Em qualquer lugar que o Brasil jogar vai ter o torcedor brasileiro presente, vai ser assim na França. Tem essa energia e a gente tem que aproveitar esse momento para trazer a torcida cada vez mais próxima da gente. Para que isso possa nos ajudar dentro de campo e nos motivar e para que possamos cada vez mais mostrar o nosso melhor, que é jogar com alegria, jogar com ousadia, mas também com muita garra e vontade e orgulhosas de representar a nossa Seleção.
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