Cerca de 100 atletas paralímpicos, das mais diversas idades, participaram do I Campeonato Pan Americano de Para Jiu-Jitsu, neste sábado (20/04), no Centro de Convenções Vasco Vasques (avenida Constantino Nery, zona centro-sul de Manaus). O evento, que seguirá até domingo (21/04), contou com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc).
Além das premiações, como troféus e medalhas, o campeonato contabilizará pontos no ranking da modalidade, que definirá quais atletas competirão no Mundial Para Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi, e no World Games, em Guangzhou, na China. Ambas as disputas ajudarão a classificar para os Jogos Paralímpicos, em 2028, na Austrália.
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A Sejusc deu apoio no transporte do paratletas e, durante o evento, estará com um estande para informações sobre os benefícios a esse público, como carteirinhas da pessoa com deficiência (CiPcD), do Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), Passe Legal e as linhas de créditos.
Presidente da Federação Nacional e Internacional de Para Jiu-Jitsu, Elcirley Luz Silva falou da importância do evento para além do esporte. “Vemos paratletas chegando, seus familiares, o público. Podemos ver o fomento que um evento como esse dá. Nós temos atletas de todo o Brasil ficando em hotéis, fomentando o turismo e a economia da belíssima Manaus”, disse.
“Nós, PcD, somos um quinto do mundo. Somos muita gente e isso deve ser levado em consideração. Manaus está de parabéns, pois esse local [o Vasco Vasques] é inacreditável: climatizado, com tecnologia de ponta envolvida, acessibilidade, tradução em Libras, Braille; o Governo do Estado está de parabéns”, acrescentou Elcirley.
Interior
O I Campeonato Pan Americano de Para Jiu-Jitsu reuniu paratletas de todas as regiões do Brasil, além de países vizinhos como Chile e Venezuela. Neste grupo, destacam-se os amazonenses Ícaro Felipe, de 16 anos, e Jozinei Praia, 26, ambos de Tefé (a 521 quilômetros de Manaus).
Jozinei é atleta de jiu-jitsu há quase 10 anos e iniciou na modalidade após o incentivo de um amigo. Em Manaus, ele espera conquistar mais um título. “O meu objetivo é sempre o primeiro lugar, sempre busco ser campeão. Mas, independente do resultado, sempre vou treinar forte para na próxima luta, eu dar o meu melhor”, contou Jozinei.
Diferentemente do colega, Ícaro começou a treinar jiu-jitsu há menos de um ano. Mesmo assim, conquistou um cinturão, na sua cidade natal.
“Estou um pouco nervoso, mas espero conquistar o primeiro lugar. Eu treino todos os dias, não paro de treinar, e vou continuar me dedicando e praticando o jiu-jitsu, não importa o resultado”, revelou.
Tanto Jozinei quanto Ícaro fazem parte do projeto social Papa Mike de Jiu-Jitsu, voltado para crianças e adultos do município de Tefé.
Mais que um esporte
Pai de Ícaro, o professor Paulo Silva falou sobre o papel do esporte na vida do filho. “O esporte tem sido fundamental na vida do Ícaro, a prática esportiva de forma geral, ele também ama futebol. O meu filho se encontrou [no jiu-jitsu] e a modalidade é uma importante ferramenta social, é uma forma de socialização, reabilitação e desenvolvimento cognitivo. Uma ferramenta ótima, excelente”, afirmou Paulo.