Ricardo Yoshito Amaral, um dos mais talentosos atletas da nova geração do jiu-jítsu amazonense, teve uma temporada excepcional em 2024, se destacando no cenário internacional. O estado do Amazonas, reconhecido com a tradição no jiu-jítsu mundial, confirma mais um campeão que não decepciona.
Em 2024, Ricardo conquistou títulos no Brasileiro, Europeu, Pan-Americano e Mundial da IBJJF. O jovem de 16 anos, revelado pela White House Jiu-jítsu (@whitehousejiujitsuschool), é atleta da Art of Jiu-Jitsu Academy (@artofjiujitsu), em Costa Mesa na Califórnia, sob a liderança dos lendários irmãos Guilherme e Rafael Mendes (@mendesbros).
O Vanguarda do Norte conversou com Ricardo Yoshito sobre sua jornada no esporte, os desafios enfrentados, as conquistas alcançadas, e suas expectativas para o ano de 2025.
- Vanguarda do Norte: Quando teve início sua paixão pelo Jiu-jitsu?
Ricardo Yoshito: Comecei a praticar esportes marciais quando tinha 5 anos de idade, desde lá nunca mais parei.
Comecei no judô e migrei para o jiu-jitsu aos 8 anos de idade, e foi quando comecei a competir que despertou de verdade a paixão pelo jiu-jítsu. A sensação de competição sempre foi minha parte favorita. Amo o processo de me preparar e competir.
- VDN: Como foi para você, aos 13 anos de idade, sair do Brasil para treinar nos EUA, com os Irmãos Mendes na AOJ?
Ricardo: Foi a realização de um sonho, sempre fui um grande admirador da AOJ, e fazer parte do time depois de um tempo foi incrível.
Conheci o mestre Gui quando ainda era faixa branca e desde lá nunca mais parei de acompanhar, assistir as lutas dele do mestre Rafa e dos seus alunos, foi na faixa laranja onde me destaquei e pude receber o convite para fazer parte da AOJ. Poder conviver com meus ídolos todos os dias na academia é incrível, aprendo muito todos os dias não apenas jiu-jítsu.
- VDN: Este ano foi a sua estreia na faixa azul, quais você diria que foram seus maiores desafios e suas maiores conquistas?
Ricardo: Um dos meus maiores desafios deste ano foi voltar a lutar um grande volume de competições. Durante o ano passado, fiz apenas 10 lutas no ano todo, em 2024, cada campeonato que eu lutava, eram quase 10 lutas.
Isto ajudou muito no amadurecimento do meu jogo, tive muito mais chances de testar coisas novas, melhorar e criar outras.
Este ano foi o que eu mais lutei na minha vida toda, e também o mais vitorioso e consequentemente o ano que tive que conviver com derrota também, conviver com isto não foi fácil, mas foi um dos porquês de eu ter me puxado mais ainda até o fim do ano entendendo que tenho que fazer mais para chegar onde sonho.
- VDN: Além do sucesso em torneios com quimono, você também conquistou o ouro duplo no Mundial No-Gi. Como foi a sua preparação e o que essa conquista representa para você?
Ricardo: A preparação para os campeonatos no gi foi bem difícil, foi a primeira vez que me dediquei 100% ao nogi, sair da área de conforto foi ótimo para mim, pude aprender muitas coisas novas e me fez trabalhar mais para alcançar o nível que eu desejo chegar.
Está conquista significa muito mais do que uma medalha para mim. Durante a preparação, minha vó faleceu, e continuar toda a preparação com esta notícia foi muito difícil, mas decidi fazer tudo isto em sua homenagem.
E consegui homenagear a ela da melhor forma, ganhando o double gold no mundial.
- VDN: Como nasceu a ideia para a campanha “Força de Formiga, Coração de Samurai” e qual a importância de atletas se envolverem em causas sociais?
Ricardo: Minha vó faleceu de câncer e, durante o seu tratamento, não pude estar presente para ajudá-la, e foi algo que me doeu muito. Após seu falecimento, decidi doar meu cabelo e ajudar as pessoas que passam por esta doença horrível.
E o intuito da campanha é alcançar o máximo de pessoas para ajudarem também na causa, mostrando que pequenas ações juntas fazem um grande impacto.
- VDN: Com o fim desta temporada, quais são seus objetivos, dentro e fora do tatame, para o ano de 2025?
Ricardo: Manter a constância do trabalho que venho fazendo da minha faixa laranja, ganhar os campeonatos “majors”.
Em 2024, ganhei todos os campeonatos “majors” gi que competi, Europeu, Pan e Mundial.
Além disso, continuar melhorando minhas habilidades dentro e fora do tatame até chegar à faixa preta.
Em 2025 não vou fazer todos os campeonatos que fiz em 2024, vou focar 100% nos dois grand slams que vou competir, Pan e Mundial.