PARIS – Uma das forças do futebol feminino, duas vezes medalha de prata nas Olimpíadas (Atenas, 2004, e Pequim, 2008), vice-campeã mundial em 2007 e terceira na Copa de 1999, a Seleção Brasileira inicia nesta quinta-feira (25) uma nova etapa em busca do inédito ouro olímpico. O confronto com a Nigéria, às 19 horas, no Estádio de Bordeaux (14 horas de Brasília), será o primeiro jogo da equipe no Grupo C da competição. Depois, enfrentará Japão (28) e Espanha (31).
Classificam-se para as quartas de final as duas seleções mais bem pontuadas de cada grupo e as duas melhores terceiras colocadas. São 12 equipes na disputa, várias delas com histórico destacado no futebol feminino, como Estados Unidos, Alemanha, Canadá e dois adversários diretos do Brasil na primeira fase: Japão e Espanha – a atual campeã mundial da modalidade.
Seleção Feminina foi medalha de prata em Pequim 2008
Créditos: Ivo Gonzales/Agência O Globo
Há dez meses na Seleção, o técnico Arthur Elias mantém o otimismo a partir do intenso trabalho feito com a equipe e que começou antes mesmo da apresentação das atletas em Teresópolis (RJ), no início deste mês. Sob a coordenação de Cris Gambaré, referência em gestão de futebol feminino na América do Sul, a Seleção formou uma comissão técnica acostumada com grandes vitórias e conquistas por clubes brasileiros.
Para Arthur, o Brasil faz parte da lista “das sete ou oito” candidatas ao pódio. Ele reiterou que estará perfilado nesta quinta no Estádio de Bordeaux com a “expectativa em alta”, ciente de que tem em mãos um grupo de atletas de bastante qualidade.
Pretinha foi vice-campeã das Olimpíadas de Atenas em 2004
Créditos: Action Images / John Sibley/ FIFA
“Vai ser uma Olimpíada pautada pelo equilíbrio, com grandes seleções em condições de avançar até a última rodada. No caso da Seleção Brasileira, trabalhamos muito a ideia do passo a passo, jogo a jogo. Estudamos detalhadamente nossos adversários e estamos preparados.”
Num time que mescla juventude com experiência, Marta é o nome mais lembrado por razões óbvias. Eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, ela disputará sua sexta olimpíada. Ganhou a prata em 2004 e 2008 e fez gols nas últimas cinco edições dos Jogos.
A atacante foi convocada por causa da excelente temporada no Orlando Pride e dos amistosos recentes da Seleção, em que teve rendimento muito bom, física e tecnicamente.
Roseli esteve em três Olimpíadas e foi medalha de prata em Atenas, em 2004
Créditos: Crédito: FIFA
Preparação
Desde os treinos em Teresópolis, Arthur vem pondo em ação planos de jogo diferentes para cada um dos compromissos do Brasil na primeira fase. O espaço é curto entre uma partida e outra, apenas de três dias. Testou várias formações tanto na defesa quanto no meio e no ataque. Ele não gosta de trabalhar com o conceito de titulares.
A escalação da equipe só será divulgada momentos antes da partida e vai ser assim até a último jogo do Brasil nas Olimpíadas.
Histórico
O Brasil fez duas campanhas de destaque no futebol feminino olímpico. Exatamente em 2004 e 2008, quando obteve a prata. Depois disso, em 2012, 2016 e 2021, avançou bem da primeira fase, mas foi nulo no ataque no mata-mata. Isso tem relação direta com o fato de o técnico ter convocado sete atacantes para os Jogos.
Leia mais: Seleção aposta na mistura de experiência com juventude
Tanto em Teresópolis quanto em Bordeaux, a Seleção treinou várias opções de ataque, o que reforça a ideia do treinador de que comanda um grupo em que todas têm condições de ser escaladas a qualquer momento.