O caso envolvendo o técnico da tenista Elena Rybakina continua repercutindo no mundo do tênis. No início do mês, a WTA suspendeu Stefano Vukov por suspeita de violação do Código de Conduta da entidade após receber denúncias sobre seu comportamento, descrito como emocionalmente abusivo por pessoas do mundo do esporte.
Ryabakina chegou a anunciar a saída do treinador de sua equipe em setembro do ano passado, mas surpreendeu ao informar o retorno dele ao staff em janeiro deste ano, pouco antes de a WTA anunciar uma suspensão provisória de Vukov. A ex-tenista profissional e atual comentarista Barbara Schett falou sobre o assunto e acredita que a cazaque sofreu uma lavagem cerebral. Além disso, ela revelou também que a família da tenista já havia tentado afastar o treinador da equipe.
“Na minha opinião, ele fez uma lavagem cerebral completa em Elena. Você pode ver como ele a trata e como fala com ela. As coisas pioraram no US Open de 2024 e a equipe e a família tentaram removê-lo. Sabemos que ela tem muitos altos e baixos psicológicos, provavelmente por causa dele, que definitivamente abusou dela mentalmente. É por isso que acho justo que ele tenha sido suspenso pela WTA”, afirmou Schett em entrevista à Kicker.
Schett disse que essa possível lavagem cerebral faz com que Rybakina não se veja como vítima. A ex-atleta revelou que teve mais detalhes da relação da cazaque com Vukov após uma conversa com Goran Ivanisevic, técnico contratado pela atual número 7 do mundo após a saída do croata em setembro de 2024.
“Falei longamente sobre esse assunto com Goran Ivanisevic, que me disse que o problema é que eles estão em um relacionamento na vida privada. Vukov quer entrar sorrateiramente e recuperar seu lugar no time. Isto é, claro, uma catástrofe. Ele tem que sair da vida dela depois de tudo o que fez”, enfatizou.
Na visão de Schett, o medo imposto pelo comportamento de Vokov interfere até nas denúncias das colegas de circuito e defendeu que o anonimato seja mantido.
“O problema é que muitas jogadoras não ousam dizer nada porque têm medo de consequências pessoais. Por exemplo, eu tinha muito medo do pai de Jelena Dokic. Eu provavelmente nunca disse nada porque pensei que ele fosse me matar”, disse a austríaca.
“Talvez não achemos isso tão trágico agora quanto mais tarde. Algumas jogadoras já falaram com a WTA sobre Rybakina e Vukov. É importante que o anonimato seja mantido porque elas simplesmente estão com medo. E também estou curiosa para ver o que acontece com o pai de Leylah Fernandez, porque a maneira como ele trata a filha é insana. É terrível que algo assim ainda exista hoje e seja parcialmente aceito”, finalizou.