O dirigente e dono da SAF do Botafogo, John Textor, poderá ser multado em R$100 mil reais e ser suspenso de todas as suas atividades no ramo esportivo caso não comprove as acusações de manipulação de jogos no futebol brasileiro. Segundo o advogado especialista em direito esportivo, Mauricio Corrêa da Veiga, a reprimenda está prevista no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
“Ninguém tem o direito de fazer acusações levianas e desacompanhadas de provas, sob pena de sofrer com as consequências. O fato é muito grave e caso a ausência das provas se confirme, o dirigente sofrerá severas penas em esferas distintas: no âmbito Desportivo poderá ser suspenso de suas atividades e pagar multa de até R$ 100mil conforme previsão do STJD. No âmbito criminal, poderá ser condenado por difamação em relação aos clubes e atletas acusados, que inclusive podem (e devem) fazer uma interpelação judicial em face do dirigente. Na esfera civil, poderá ser condenado a pagar indenização por danos morais em face dos danos causados à imagem dos clubes acusados e atletas que foram mencionados”, completou o especialista.
A 1ª Comissão Disciplinar do STJD julgará John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, no dia 15 de abril, às 13h. O empresário norte-americano foi denunciado em dois artigos do Código Brasileira de Justiça Desportiva após não apresentar ao Tribunal as provas que afirma ter comprovam corrupção na arbitragem brasileira. A denúncia aconteceu após entrevista de John Textor, onde afirmou possuir gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propinas prometidas e ter havido manipulação de resultados nas edições de 2021, 2022 e 2023 do Brasileirão.
O dirigente afirmou que entregou documentos sobre acusações para a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A entrega dos documentos foi concluída nesta sexta-feira (12).
Pelas redes sociais, o empresário norte-americano diz que entregou o áudio que alega ter de um árbitro reclamando de uma propina não paga. Os documentos e vídeos citados por Textor, de acordo com o dirigente, provam que jogadores manipularam resultados no futebol brasileiro nos últimos anos.
A Polícia Civil está investigando o caso com o Ministério Público. Em 2023, sete jogadores foram suspensos pelo STJD após serem denunciados pelo MP-GO por suspeita de envolvimento em manipulação de resultados. O Senado Federal, por meio de uma CPI, apura denúncias contra atletas, dirigentes e casas de apostas.
Textor afirmou que houve manipulação em jogos do Palmeiras, São Paulo e Fortaleza em 2023. O Botafogo liderou boa parte do Brasileirão, teve queda de rendimento e foi superado pelo Palmeiras. Por meio das diretorias, os times afirmaram que vão acionar o americano na justiça despostiva e na justiça comum.