Queijos produzidos no município de Autazes, no Amazonas, foram reconhecidos com o registro de indicação geográfica (IG), na terça-feira (10). Com o anúncio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o estado recebeu sua sétima condecoração para produtores de queijos artesanais. Esta é sétima vez que o Amazonas recebe um título de IG, e o Brasil chegou agora à marca de 119 registros formalizados no total, sendo 7 relativas a queijos.
O selo atesta o controle de origem, rastreabilidade e qualidade, sendo uma conquista que valoriza o trabalho de 1,5 mil produtores e impulsiona a renda da maior bacia leiteira do estado. Para alcançar o reconhecimento, pecuaristas e queijeiros realizaram uma adequação sanitária das regiões produtoras de queijo após um processo de capacitação e sensibilização.
O queijo coalho bovino, elaborado em queijarias flutuantes, é destaque da produção. Para isso, houve adaptação às variações do nível dos rios, que alagam planícies e mudam as rotas de transporte de mercadoria durante o ano.
A cidade de Autazes, que ganhou o reconhecimento de indicação geográfica pelos queijos, tem seis fábricas de laticínios, seis queijarias flutuantes e nove queijarias com Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Também há exigências na manipulação do leite, como necessidade de equipamentos específicos para operação na conformidade, condição da água, manuseio e fluxo de pessoas nos locais da produção.
Além de conduzir o trabalho de estruturação dos “Queijos de Autazes” com Associação de Produtores dos Queijos de Autazes, o Sebrae ofereceu o programa Sebratec para capacitação dos produtores no intuito de melhorar os processos e produtos.
Coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae, Hulda Giesbrech afirma que o reconhecimento de indicação geográfica contribui para impulsionar os negócios locais.
“O registro da IG tem o poder de induzir o crescimento de toda a cadeia produtiva e aquecer a economia da região, gerando empregos mais qualificados e com melhor remuneração, além de abrir portas para novos mercados”, diz.
Recentemente, o Brasil também foi desconhecido com a indicação geográfica de uísque escocês. Além de facilitar o acesso do produto das destilarias escocesas ao mercado brasileiro, o selo também pode impulsionar a economia em até 25 milhões de libras (cerca de R$ 180,3 milhões), segundo o Ministério de Negócios e Comércio do Reino Unido (DBT).