A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e órgãos de pesquisa, meio ambiente e saúde, destacam a necessidade de ações integradas e de fortalecimento das instituições para combater a comercialização de pescado contaminado com mercúrio no estado.
Segundo uma pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), em média 22,50% dos peixes do estado do Amazonas possuem contaminação por mercúrio. Em algumas cidades, como Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, o índice chega a 50%.
Por conta disso, a Adaf promoveu uma reunião na última quinta-feira (22) e indicou a possibilidade de ações. Uma delas, foi a inclusão de pedido de análise de metais pesados à lista de exames já exigidos, às agroindústrias de pescado e subprodutos, durante o processo de certificação ou renovação de registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE-AM).
“A contaminação, conforme a pesquisa, afeta seis estados da Amazônia (Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Pará e Amapá) e está relacionada ao avanço do garimpo ilegal de ouro, que usa o metal para separar o ouro de outros sedimentos. A ingestão do metal pode gerar graves problemas de saúde relacionados ao sistema nervoso. Utilizado em forma líquida, o mercúrio fica acumulado no organismo humano”, destaca a Adaf.
Para a agência, a inclusão do novo exame seria mais uma forma de garantir ao consumidor a qualidade dos produtos beneficiados pelos estabelecimentos credenciados, além de zelar pela saúde pública.
No encontro, A professora de ecotoxicologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Andrea Waichman, que se dedica à avaliação de risco ambiental e humano em regiões tropicais, apresentou um estudo que apontou o alto índice de contaminação por metais pesados dos peixes da região Norte. Contaminação que não se limita apenas ao mercúrio, nem exclusivamente aos peixes do topo da cadeia de consumo.
*Com informações da assessoria.