Internacional – Jeanne Paolini, 40, e a namorada, a empresária Kátyna Baía, 44, estão confinadas desde 5 de março sob a acusação de tráfico internacional de drogas no rígido presídio feminino de Frankfurt, na Alemanha.
De acordo com as informações do UOL, as brasileiras de Goiás tiveram as etiquetas das malas trocadas e colocadas em outras duas bagagens contendo 40 kg de cocaína por funcionários terceirizados no aeroporto internacional de São Paulo e acabaram presas logo após o desembarque no aeroporto de Frankfurt.
Luna Provázio Lara de Almeida, advogada de Jeanne e Kátyna, disse à reportagem que as brasileiras enfrentam um pesadelo na prisão, já emagreceram, estão assustadas e com muito medo, pois são inocentes e convivem em unidade ocupada por criminosas de várias partes do mundo.
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A penitenciária abriga mulheres condenadas e detentas com prisão preventiva, como é o caso de Jeanne e Kátyna. As regras disciplinares em Frankfurt não são muito diferentes das aplicadas nas prisões do Brasil, nas quais vigoram o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), um sistema de castigo.
No RDD brasileiro, a população carcerária fica isolada em cela individual, não tem acesso a rádio e televisão e o banho de sol diário é no máximo de duas horas. As visitas acontecem uma vez por semana e não há contato físico entre presos e visitantes.
Isolamento total
A veterinária e a empresária estão isoladas em cela individual, sem rádio nem TV. Ambas não falam alemão, apenas o inglês básico. O xadrez tem oito metros quadrados e uma janela no alto da parede. Há colchão, mesa, cadeira, vaso sanitário e pia. Na porta de ferro tem um olho mágico para o quadro de funcionários vigiar as presas.
O banho de sol não é rotineiro. As presas não saem para o pátio todos os dias. As refeições são servidas na cela. O horário do café da manhã é às 6h, o almoço das 12h às 13h e o jantar às 17h. Presas preventivamente podem receber visita às segundas e sextas-feiras.
A diferença entre a prisão feminina alemã e o RDD no Brasil é a que, na unidade de Frankfurt, as presas podem telefonar pelo menos uma vez por dia para a família e advogados. Luna Almeida contou que já falou cerca de 20 vezes com as duas brasileiras.
Luna Almeida afirmou também que até ontem a Polícia Federal havia prendido sete pessoas envolvidas na troca das etiquetas e no esquema de tráfico internacional de drogas no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Provar a inocência
A advogada afirmou que a PF está empenhada em provar à Justiça de Frankfurt a inocência de Jeanne e Kátyna e já enviou às autoridades alemãs fotos e vídeos com imagens das malas das brasileiras e parte do inquérito que aponta o envolvimento da quadrilha presa na troca das etiquetas.
Jeanne e Kátyna estavam em férias e pretendiam viajar durante 20 dias pela Europa. Elas embarcaram no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia. Ambas fizeram uma conexão em Guarulhos e seguiram para a Alemanha. O destino era Berlim. Mas em Frankfurt foi feita outra conexão.
Não é a primeira vez que a Polícia Federal prende funcionários terceirizados no aeroporto de Guarulhos envolvidos em tráfico internacional de drogas. Em julho de 2022, a Justiça Federal expediu 23 mandados de prisão preventiva.
Na ocasião, a operação da PF contra os narcotraficantes foi deflagrada em Guarulhos, Sorocaba, Praia Grande e Lisboa. Os suspeitos tinham acesso à pista do terminal, onde colocavam as malas cheias de drogas no porão das aeronaves, sem passar pelo sistema de raio-x.