A Alemanha é o quarto país europeu com maior número de brasileiros. Segundo Ministério das Relações Exteriores, até o ano passado, eram mais de 160 mil imigrantes.
Só na Universidade Livre de Berlim, 22% dos estudantes de graduação são de fora do país. No doutorado, são 39%. alguns brasileiros cruzaram o oceano e se mudaram para o país, em busca de valorização no mundo acadêmico.
Oportunidades
A Alemanha investe cerca de 500 milhões de euros por ano em um programa de pesquisa universitária de alto nível. Mesmo assim, o país sofre com a evasão de talentos. Em 2022, mais de 630 mil vagas de trabalho não foram ocupadas; o maior número da história. Em áreas como saúde e educação, 60% dos postos ficaram abertos.
Além disso, o país enfrenta o processo de envelhecimento da população e a falta de interesse dos jovens pelos salários oferecidos. Para suprir a falta de profissionais em vários setores da economia, o governo alemão estima que sejam necessários pelo menos 400 mil novos imigrantes por ano.
Segundo o chefe do Departamento de Cultura do Ministério das Relações Exteriores, Jens Wagner, o Brasil pode fazer parte desta solução. “Nós precisamos de mais imigração por essa razão, em muitos setores: programadores, médicos, engenheiros, enfermeiros, também na gastronomia, e muitos outros setores. Mas, queremos organizar essa migração, em parceria com o Brasil”, ele explica.
Mão de Obra
Em novembro, a Alemanha aprovou a nova lei de imigração para atrair mão de obra especializada de fora da União Europeia e facilitar o acesso ao mercado de trabalho alemão. Há também benefícios para trabalhadores de áreas consideradas de alta escassez de profissionais.
Danielle trabalhou como ajudante de enfermagem até abril do ano passado, quando conseguiu a validação do diploma. Desde primeiro de dezembro, ela é enfermeira anestesista em um dos maiores hospitais universitários da Europa. “A vantagem daqui, comparado ao Brasil, é o poder de compra. Mas o salário também tem queixas dos profissionais daqui, de que não é o suficiente, porque o custo de vida é alto”, ela acrescenta.
Em toda a Alemanha faltam cerca de 130 mil enfermeiros e cuidadores de idosos. Em 2022, o Ministério do Trabalho alemão fez uma parceria com o Conselho Federal de Enfermagem do Brasil para contratar 700 profissionais por ano. São oferecidas aulas de idioma e todo apoio até a mudança.
“Tem muitos programas para ajudar, pessoas que estão pensando em migrar para Alemanha, e também pessoas que já chegaram aqui. Programas para ajudar com a língua, mas também programas para ajudar com a vida, o dia a dia aqui na Alemanha, com a burocracia”, acrescenta o chefe do Departamento de Cultura do Ministério das Relações Exteriores alemão.