O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (17) com o líder colombiano Gustavo Petro, durante uma viagem a Bogotá. Dentre as pautas discutidas, Lula e Petro falaram sobre as eleições na Venezuela.
Na declaracão conjunta sobre o encontro, os dois presidentes apontaram a importância de que a interlocução e o diálogo constante entre o governo e os demais setores políticos sejam mantidos, no espírito do Acordo de Barbados, que prevê garantias eleitorais para o pleito presidencial de 28 de julho.
Os presidentes também “encorajaram o governo e os setores de oposição a considerar a possibilidade de chegar a um acordo de garantias democráticas que possa ser referendado nas urnas”.
Ambos os países também reiteraram “seu repúdio a qualquer tipo de sanções que unicamente servem para aumentar o sofrimento do povo venezuelano”.
Nesta quarta, Estados Unidos confirmaram que votação a aplicar sanções à indústria petrolífera venezuelana.
Petro disse à imprensa, após um fórum de empresários entre Brasil e Colômbia, que conversou com Lula sobre uma “proposta transmitida ao presidente Maduro e à oposição, que ainda está sendo discutida – e ainda sem conclusão – sobre uma possibilidade de plebiscito das eleições que se aproximam”.
Segundo ele, o plebiscito seria para garantir direitos àqueles que perderem as eleições.
“(Um plebiscito) que garantisse um pacto democrático; que garantisse a qualquer um que perca as eleições e que dê certeza de sua vida, de seus direitos, sobre as garantias políticas que qualquer ser humano deve ter em seu respectivo país”, disse Petro.
O líder colombiano, no entanto, não explicou como seria esse plebiscito. O presidente Lula confirmou que as eleições na Venezuela estiveram na pauta desta quarta-feira (17), em Bogotá, porém não deu mais detalhes do que foi discutido.
Na semana passada, o presidente da Colômbia esteve em Caracas e propôs ser mediador de um diálogo com a oposição. O líder venezuelano, Nicolás Maduro, chamou a iniciativa de excelente e pediu ajuda para que haja entendimento em seu país.
A preocupação e disposição ao diálogo é comum entre Petro e Lula. O Brasil disse que o impedimento da candidata opositora Corina Yoris de se inscrever como candidata à presidência, é incompatível com o acordo que estabeleceu garantias eleitorais para a realização das eleições deste ano na Venezuela.
Mas o Planalto mantém a postura de que o isolamento do governo de Maduro não contribui para a melhora da situação na Venezuela.
Lula visita Bogotá com uma comitiva de 9 ministros e abordou diversos temas da agenda bilateral entre os países em uma reunião de cerca de duas horas no palácio presidencial da Colômbia, a Casa de Nariño.