No último dia 28 de abril, Portugal enfrentou um dos maiores apagões da sua história recente,
com uma falha elétrica que afetou todo o território continental e grande parte da vizinha
Espanha. O corte de energia, iniciado por volta das 11h30, paralisou infraestruturas críticas,
causou prejuízos económicos significativos e expôs vulnerabilidades na rede elétrica ibérica.
Hospitais recorreram a geradores a gasóleo para manter serviços mínimos, com suspensões de
consultas e cirurgias programadas. O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ativou o plano de
contingência e suspendeu toda a atividade programada às 14h00. No Porto, o Hospital
Universitário São João deixou de fazer colheitas em mais de 100 doentes, sem contar as
consultas suspensas.
As forças de segurança e de emergência operaram com limitações, com polícias a controlarem
manualmente o trânsito devido à falha dos semáforos. Aeroportos, como o de Lisboa,
encerraram temporariamente, reabrindo com restrições após as 21h00. O abastecimento de água foi interrompido em várias regiões, levando a Águas de Portugal a apelar à contenção no consumo.
Impacto económico e no comércio
O comércio sofreu perdas significativas, com estabelecimentos encerrados e sistemas de
pagamento inoperacionais. A ausência de energia afetou também as telecomunicações, com
falhas nas redes móveis e de dados. Muitas gasolineiras fecharam as portas pelo país.
Lisboa, Porto, Coimbra e Braga foram algumas das cidades mais afetadas. A reposição da
energia foi gradual, com algumas áreas a recuperarem o fornecimento por volta das 17h00, e
outras apenas após as 20h30. Na região Centro do país, o retorno da luz foi celebrado pela
população pelas 23h.
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, convocou um Conselho de Ministros de
emergência e afirmou esperar a reposição total da energia ainda durante o dia. A oposição,
liderada por Pedro Nuno Santos, criticou a falta de investimentos na infraestrutura elétrica e
exigiu explicações sobre a causa do apagão.
“Este apagão histórico destaca a necessidade urgente de reforçar a resiliência das
infraestruturas críticas em Portugal e na Península Ibérica”, defenderam especialistas.
Montenegro atribuiu a origem da falha a um aumento abrupto de tensão na rede espanhola,
embora as causas específicas ainda estejam sob investigação. Fonte ligadas ao governo
português indicaram que o apagão pode ter sido causado por um fenómeno climatérico raro
ou um ataque informático, estando o Centro Nacional de Cibersegurança a investigar o
incidente.
Este governante enfatizou a dependência energética exclusiva de Portugal em relação à
Espanha, destacando a necessidade urgente de diversificar as fontes de energia e fortalecer as
interligações com outros países europeus. Montenegro anunciou a criação de um grupo de
trabalho para monitorizar a situação e implementar medidas que evitem futuros incidentes
semelhantes.
Durante o apagão, o governo português decretou uma situação de crise energética para
garantir a continuidade dos serviços essenciais, como hospitais e telecomunicações e apelou à
população para um consumo responsável de energia durante o período de recuperação.
O governo espanhol, por sua vez, não descartou nenhuma hipótese sobre a origem do apagão,
incluindo a possibilidade de um ciberataque, e ativou protocolos de emergência para lidar com
a situação.
Comunidade portuguesa preocupada
A comunidade portuguesa emigrada expressou preocupação com os familiares em Portugal,
recorrendo às redes sociais para obter informações e contactar entes queridos. Muitas das
fontes contactadas na Suíça disseram à nossa reportagem que levaram cerca de 24h para ter
notícias dos seus familiares e que as informações estavam desencontradas.
Apesar da reposição parcial da energia, dias depois alguns serviços ainda enfrentavam
dificuldades. As autoridades continuaram a trabalhar para restabelecer completamente os
serviços afetados e prevenir futuros incidentes semelhantes.
“Este apagão histórico destaca a necessidade urgente de reforçar a resiliência das
infraestruturas críticas em Portugal e na Península Ibérica”, defenderam especialistas.