Em seis meses desde o início do mandato do presidente Javier Milei, a Argentina registrou seu primeiro superávit trimestral em mais de 10 anos e queda na inflação. Mesmo com os avanços econômicos, a população do país ainda enfrenta desafios.
No caso da inflação, embora tenha desacelerado nos últimos meses, o índice anual ainda permanece alto, próximo de 290% em abril.
Na agenda de Milei, outro objetivo alcançado foi o superávit fiscal trimestral. Em março, o governo argentino registrou seu primeiro superávit trimestral desde 2008, com caixa de 275 bilhões de pesos no mês.
O resultado veio após “medidas de choque”, que envolvem cortes significativos nos gastos públicos, incluindo redução de ministérios e da máquina estatal.
O peso argentino também foi desvalorizado em 54% em dezembro, uma medida para impedir a substituição da moeda do país, mas que também impactou negativamente o poder de compra da população.
Dados da Universidade Católica da Argentina mostram que a pobreza ultrapassou 57% em janeiro, um nível não visto em pelo menos 20 anos. Esse aumento está ligado à perda de renda e poder aquisitivo devido aos cortes de subsídios e gastos.
Já de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC), o IBGE argentino, 41,7% da população do país estava em situação de pobreza no final de 2023.
Com relação a atividade econômica, houve desaceleração de mais de 8%, o que exigirá esforços para recuperação. No entanto, os números positivos, como a queda da inflação e o superávit, atraíram elogios do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o interesse de investidores.
Em fevereiro, o FMI classificou o plano de estabilização de Milei para a economia argentina como “ousado” e “muito mais ambicioso” do que os antecessores.
Para especialistas, a nova gestão de Milei gera uma polarização na Argentina em meio aos avanços econômicos e o impacto social.