Há 24 anos, no dia 11 de setembro de 2001, aconteciam os ataques terroristas que mataram quase 3.000 pessoas na cidade de Nova York, Washington e nos arredores da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Ao todo, 19 homens, sob ordens do líder da organização terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, sequestraram quatro aviões comerciais americanos que se dirigiram aos três destinos na Costa Oeste do país.
Os primeiros ataques foram feitos no WTC (World Trade Center), complexo de edifícios na parte baixa de Manhattan, em Nova York, quando o voo 11 da American Airlines e o voo 175 da United Airlines colidiram intencionalmente com as “Torres Gêmeas” (arranha-céus Norte e Sul do local).Play Video
Só em Nova York 2.753 pessoas morreram na tragédia, contando tanto com os passageiros dos voos quanto aqueles dentro dos prédios. Bombeiros, policiais municipais e oficiais de Autoridade Portuária também estavam entre as vítimas da ofensiva terrorista.
No Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA, em Washington, 184 pessoas morreram quando o voo 77 da American Airlines colidiu com o prédio.
E na Pensilvânia, na região de Shakesville, 40 passageiros e tripulantes do voo 93 da United Airlines morreram quando o avião caiu em um campo. Acredita-se que os sequestradores tenham derrubado o veículo naquele local, e não no alvo desconhecido, depois que as pessoas à bordo tentaram retomar o controle da cabine de comando.
Memoriais e medidas protetivas pós atentados
Após uma semana dos atentados, o Congresso dos EUA aprovou uma medida que permite ao presidente vigente designar o 11 de setembro como o “Dia do Patriota” em cada aniversário dos ataques.
O governo dos EUA também criou o Fundo de Compensação de Vítimas para compensar as famílias daqueles que morreram ou foram afetados durante os ataques. O fundo original funcionou de 2001 a 2004, mas foi reaberto e ampliado em 2011 e novamente estendido até o ano de 2090.
Esse Fundo cobre doenças relacionadas à exposição à poeira tóxica derivada dos aviões durante os ataques no World Trade Center, como vários tipos de câncer e problemas respiratórias.
Nos locais onde ocorreram os atentados em Nova York e Washington, foram estabelecidos memoriais em homenagens às vítimas. No World Trade Center, o nome de todos os que morreram estão gravados na base onde antes estavam construídas as torres. Dentro de cada uma, estão as maiores cachoeiras artificiais da América do Norte.

Já em Washington, o memorial tem 184 bancos, que representam as vidas perdidas no ataque no Pentágono.
Ainda por conta dos atentados, os aeroportos americanos passaram a seguir medidas rígidas para entrada tanto de pessoas quanto de bagagens estrangeiras nos EUA.
Em novembro de 2001, o governo americano começou a trabalhar no manifesto de segurança que mais tarde seria transformado na Lei de Segurança da Aviação e Transporte.
Hoje, a chamada TSA (Transportation Security Administration, na sigla em inglês) é responsável pela detecção de possíveis explosivos nos aeroportos do país. Essa agência exige que viajantes passem por uma triagem antes de entrarem oficialmente nos EUA.
Durante o processo, é necessário tirar os sapatos e permitir que bagagens de mão e eletrônicos passem por equipamentos de raio-X.
Brasileiros em meio aos ataques das Torres Gêmeas
A estimativa do governo americano é de que cerca de 17.400 pessoas estavam no World Trade Center no dia 11 de Setembro de 2001. Alguns dos que trabalhavam nas Torres Gêmeas eram brasileiros que, felizmente, sobreviveram aos ataques.
O empresário Tácito Cury trabalhava em uma escola na torre sul do complexo de edifícios. Pouco depois de descer na estação do metrô, que ficava dentro do WTC, ele se deu conta do que estava acontecendo.
”Era uma mistura do barulho das sirenes com as escavadeiras e o silêncio da cidade. Você não ouvia a cidade, não ouvia o trânsito da cidade. Você ouvia o barulho das escavadeiras, de ambulância, de pessoas chorando, rezando”, relata o brasileiro.
Mais de vinte anos depois do atentado, a memória de Tácito remonta algumas cenas, envolvendo objetos e imagens simbólicas para quem viveu de perto o ataque às Torres Gêmeas.
“Pessoas que não conseguiam andar, cadeiras de rodas viradas, crianças perdendo brinquedos. Lá, o saguão era muito pequeno, eram aquelas portas giratórias onde poucas pessoas conseguiam sair”, diz. Ao mesmo tempo, ele recorda dos bombeiros e policiais que entravam no prédio buscando retirar os sobreviventes.
No dia seguinte, ao ler os jornais, Tácito viu que havia sido professor de inglês de Marwan Al-shehhi, considerado pelo FBI o piloto do segundo avião que atingiu o prédio.
“Quando eu comecei a buscar na minha memória, eu sabia quem era, eu sabia de onde veio, eu sabia que eu tinha tido um contato com ele”, diz. Tácito ligou para as autoridades informando que sabia quem era o homem identificado. “Ele era uma pessoa muito ‘na dele’, mas ainda uma pessoa muito sorridente. Nunca me deu a entender que ele fosse o que viria a ser”.
A empresária Stéphanie Habrich, que nasceu na Alemanha, mas foi criada no Brasil, trabalhava em um dos primeiros andares e conseguiu sair do prédio em poucos minutos. Sem entender o que acontecia, restou-lhe assistir da calçada as cenas de terror.
O economista Larry de Faria Júnior trabalhava no 25º andar da torre norte quando o prédio de 100 andares balançou pela primeira vez. ”Eu já estava há mais de uma hora no trabalho e senti aquela pancada terrível, aquele barulho, aquela explosão. O prédio fez um movimento de pêndulo até cair de novo no eixo. Eu olhei para o meu colega do lado e disse, olha, isso aqui vai cair. Vamos sair daqui.”
Vinte anos depois, as autoridades ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre o número de brasileiros que morreram nos ataques. A prefeitura de Nova York afirma que cinco pessoas nascidas no Brasil estão entre as vítimas. Já o Itamaraty diz ter conhecimento de três brasileiros mortos no atentado de 11 de Setembro de 2001.