A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, presa na Indonésia por tráfico de drogas, escapou da pena de morte e da prisão perpétua. Ela foi condenada nesta quinta-feira (8) pela justiça do país a onze anos de prisão, segundo informações de seu advogado.
A jovem, de 19 anos, está presa desde dezembro quando chegou a Bali com quase quatro quilos de cocaína na bagagem. O julgamento na indonésia teve início em abril, dois meses após ela ser indiciada por tráfico de drogas.
A defesa de Manuela sustentou durante todo o processo que ela foi usada como “mula”, além de ter sido enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina.
Em maio, Manuela pediu desculpas “por ofender o país” durante audiência realizada. O ato de penitência fazia parte de uma estratégia da defesa para evitar que os juízes a condenem à pena de morte ou de prisão perpétua.
O país asiático é um dos poucos que ainda aplicam a pena capital para o tráfico de drogas. Nos últimos dez anos, dois brasileiros foram executados após condenação por esse crime.
Relembre o caso
A prisão de Manuela ocorreu na virada do ano, no aeroporto Internacional de Bali, na Indonésia.
O chefe da polícia de Bali, inspetor-geral Putu Jayan Danu Putra, afirmou, em entrevista coletiva que, inicialmente, os oficiais da Alfândega e Impostos do aeroporto suspeitaram de cidadãos brasileiros que chegaram usando um avião da Qatar Airways.
Os policiais verificaram imediatamente as duas malas trazidas pela mulher.
Segundo ele, na primeira mala foram encontrados dois pacotes de cocaína, cada um com peso líquido em torno de 990 gramas e 637 gramas.
Já na segunda mala, foram encontrados três pacotes de cocaína, cada um com peso líquido de 891 gramas, 711 gramas e 379 gramas.
O diretor de pesquisa de drogas da polícia de Bali, Kombes Iwan Eka Putra, disse que a brasileira estava sendo usada por redes de tráfico de drogas em seu país. Segundo ele, a mulher afirmou não saber quais pacotes havia nas duas malas.
Brasileiros mortos
Dois brasileiros foram condenados à morte e executados na Indonésia, após serem flagrados com grande quantidade de cocaína. Em maio de 2015, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, então com 42 anos, foi morto por fuzilamento após mais de dez anos na prisão.
Ele havia sido preso em 2005 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.
Em janeiro de 2015, já havia sido executado o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, aos 53 anos, acusado de entrar no país com 13,4 kg de cocaína camuflados em uma asa delta desmontada.
*Com informações da CNN Brasil