O Canadá disse, nesta segunda-feira (17), que a visita de um navio de patrulha a Havana enquanto embarcações russas estavam no local tinha o objetivo de mandar uma mensagem de dissuasão a Moscou.
O despacho foi criticado por parlamentares da oposição do governo canadense.
O navio de patrulha da Marinha do Canadá atracou ao porto na sexta-feira (14), dois dias após a chegada de um submario com propulsão nuclear e uma fragata da Rússia.
Canadá e Estados Unidos disseram que estão monitorando os navios de perto.
“A mobilização envia uma mensagem muito clara de que o Canadá tem um exército capaz e mobilizável e não hesitaremos em fazer o necessário para proteger nosso interesse nacional”, disse o ministro da Defesa, Bill Blair, a jornalistas.
“As Forças Armadas canadenses continuarão acompanhando os movimentos e as atividades dos navios russos. A presença é dissuasão. Estávamos presentes”, acrescentou o ministro canadese.
Tanto os EUA quanto Cuba dizem que os navios de guerra russos não representam uma ameaça à região. A Rússia também caracterizou a chegada dos navios ao país no caribe como ação rotineira.
Tradicionalmente, o Canadá tem sido um dos aliados ocidentais mais próximos de Cuba e manteve relações depois da revolução cubana de 1959.
As relações entre os países tendem a ser melhores em governos liberais porque a oposição oficial dos conservadores, de centro-direita, é mais firmemente anti-comunista.
“Por que o governo de Trudeau está enviando um navio de guerra canadense para ‘comemorar’ relações com uma ditadura comunista — ainda mais quando navios de guerra russos estão atracados lá? Cuba e Rússia não são aliados do Canadá”, afirmou o porta-voz das Relações Exteriores do Canadá, dos Conservadores, Michael Chong, em uma publicação nas redes sociais.
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau fez uma visita oficial a Cuba em novembro de 2016. Alguns dias após a morte do ex-líder Fidel Castro, Trudeau referiu-se a ele como um “líder notável”, provocando a insatisfação dos conservadores.