O chefe do Hezbollah disse nesta quarta-feira (19) que nenhum lugar em Israel estará seguro se uma “guerra total” estourar entre os dois inimigos. Ele também ameaçou Chipre e outras partes do Mediterrâneo.
O Hezbollah vem trocando tiros com Israel há mais de oito meses, em paralelo à guerra na Faixa de Gaza. Na terça-feira (18), o grupo apoiado pelo Irã publicou o que disse ser imagens de drones de instalações militares sensíveis no interior do território israelense.
Em um discurso televisionado nesta quarta, Sayyed Hassan Nasrallah alertou que “não haverá lugar seguro de nossos mísseis e drones” em Israel no caso de uma guerra mais ampla.
O grupo também tem “um banco de alvos” que poderia atingir em ataques de precisão, ainda segundo o líder.
Israel “sabe que o que também o espera no Mediterrâneo é muito grande”, acrescentou Nasrallah, sem dar mais detalhes.
O Hezbollah mostrou pela primeira vez que poderia atingir um navio no mar em um ataque a uma embarcação de guerra israelense no Mediterrâneo durante a guerra de 2006.
Informações da imprensa e de analistas indicam há anos que o Hezbollah adquiriu mísseis antinavio Yakhont, de fabricação russa na Síria, depois que suas forças foram enviadas para lá há mais de uma década para ajudar o presidente Bashar al-Assad a lutar na guerra civil do país.
Nasrallah também ameaçou o Chipre pela primeira vez, afirmando que o país estava permitindo que Israel use seus aeroportos e bases para exercícios militares.
“O governo do Chipre deve ser avisado de que abrir aeroportos e bases cipriotas para o inimigo israelense mirar no Líbano significa que ele se tornou parte da guerra, e a resistência [Hezbollah] lidará com isso como parte da guerra”, destacou Nasrallah.
O Chipre não é conhecido por oferecer nenhuma instalação terrestre ou de base para os militares israelenses, mas, no passado, permitiu que Israel usasse seu vasto espaço aéreo para ocasionalmente conduzir exercícios aéreos, mas nunca durante o conflito.
Bases militares britânicas soberanas no Chipre foram usadas para operações na Síria e, mais recentemente, no Iêmen. O governo cipriota não tem voz ativa neste assunto.
Há duas bases britânicas no Chipre, que foi uma colônia até 1960.
Fonte: CNN.