A China classificou o plano do Japão de instalar mísseis em uma ilha próxima a Taiwan como uma tentativa deliberada de “criar tensão regional e provocar um confronto militar”, nesta segunda-feira (24).
As falas foram feitas em meio à pior crise diplomática dos últimos anos entre as duas nações.
Isso porque neste mês, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, disse que um hipotético ataque chinês a Taiwan, território reivindicado por Pequim, poderia desencadear uma resposta militar de Tóquio.
“As forças de direita no Japão estão… levando o Japão e a região ao desastre”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa.
Pequim “está determinada e é capaz de salvaguardar sua soberania territorial nacional”, acrescentou.
Os comentários foram feitos após as declarações de domingo (23) do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi.
Ele afirmou que os planos estavam “avançando constantemente” para implantar uma unidade de mísseis de médio alcance em uma base militar em Yonaguni, uma ilha a cerca de 110 km da costa leste de Taiwan.
“A ação é extremamente perigosa e deve levantar sérias preocupações entre os países vizinhos e a comunidade internacional”, falou Mao nesta segunda-feira (24), especialmente no contexto das falas anteriores de Takaichi.
A China reagiu aos comentários de Sanae Takaichi com críticas nos comentários da mídia estatal, proibições de frutos-do-mar japoneses, suspensão de lançamentos de filmes japoneses e um aviso aos cidadãos para não visitarem o Japão.
Em meados de novembro, o Ministério da Defesa chinês advertiu Tóquio sobre uma derrota militar “esmagadora” se usasse a força para intervir em Taiwan.
Pequim considera Taiwan como seu próprio território e não descartou o uso da força para assumir o controle, embora o governo da ilha rejeite a reivindicação de Pequim e diga que somente o povo de Taipé pode decidir seu futuro.
Em Taipé, nesta segunda-feira (24), o vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, François Wu, disse aos parlamentares que o Japão, como nação soberana, tem o direito de tomar as medidas necessárias para proteger a segurança de seu território, destacando a proximidade de Yonaguni com Taiwan.
“O fortalecimento, pelo Japão, de suas instalações militares relevantes é basicamente útil para manter a segurança no Estreito de Taiwan”, acrescentou.
“Portanto, é claro que isso é útil para os nossos interesses nacionais, já que o Japão não tem nenhum projeto territorial ou hostilidade contra Taiwan.”
No domingo (23), o ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, disse que a instalação de mísseis visa proteger Yonaguni.
“Acreditamos que ter essa unidade no local realmente reduzirá as chances de um ataque armado contra nosso país”, acrescentou.

