As Forças Armadas da China disseram nesta quarta-feira (17) que enviaram caças para monitorar e alertar uma aeronave de patrulha da Marinha dos Estados Unidos que sobrevoava o Estreito de Taiwan, uma missão que ocorreu poucas horas depois de um telefonema entre os chefes de defesa dos dois países.
A China reivindica a soberania sobre Taiwan e diz que tem jurisdição sobre o estreito. Taiwan e os EUA contestam essa afirmação, apontando que a região é uma via fluvial internacional.
A 7ª Frota da Marinha dos EUA disse que o avião de patrulha e reconhecimento marítimo P-8A Poseidon, que também é usado para missões antissubmarino, sobrevoou o estreito no espaço aéreo internacional.
“Ao operar no Estreito de Taiwan de acordo com a lei internacional, os Estados Unidos defendem os direitos e as liberdades de navegação de todas as nações”, afirmou em um comunicado. “O trânsito da aeronave pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos Estados Unidos com um Indo-Pacífico livre e aberto.”
Os militares da China descreveram o voo como “propaganda pública”, acrescentando que enviaram caças para monitorar e avisar o avião norte-americano e “lidar com ele de acordo com a lei e os regulamentos”.
“As tropas no teatro de operações estão sempre em alerta máximo e defenderão resolutamente a soberania e a segurança nacionais, bem como a paz e a estabilidade regionais”, disse o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular em um comunicado.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse que a aeronave dos EUA voou para o sul através do estreito e que as Forças Taiuanesas monitoraram a situação, mas não observaram nada de anormal.
Não houve reação imediata da China.
A última vez que a Marinha norte-americana anunciou que um Poseidon havia voado pelo estreito, em dezembro, os militares chineses disseram que também haviam enviado caças para monitorar e alertar a aeronave.
A mais recente missão do Poseidon ocorreu pouco depois que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou com o ministro da Defesa da China, Dong Jun, na primeira conversa entre as duas principais autoridades de defesa de ambos em mais de um ano, à medida que os dois países buscam restaurar os laços militares.
Os EUA são o mais importante aliado internacional e fornecedor de armas de Taiwan, apesar da ausência de laços diplomáticos formais, e a questão é um obstáculo constante para as relações sino-americanas.