O Ministério do Comércio da China informou nesta terça-feira, 4, que irá implementar tarifas de repressão contra os Estados Unidos em algumas importações do país. O governo disse que implementará tarifa de 15% sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de grande cilindrada. As medidas passam a valer a partir do dia 10 de fevereiro.
A decisão ocorre após Donald Trump impor tarifas de 10% sobre as importações chinesas, que começam a valer a partir de hoje. No domingo, o presidente americano cumpriu sua promessa de campanha e assinou ordem para impor tarifas rígidas ao México,Canadá e China, preparando o terreno para uma guerra comercial desestabilizadora com os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos.
“O aumento unilateral de tarifas dos EUA viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio”, afirmou o órgão chinês em sua declaração. “Não é apenas inútil para resolver seus próprios problemas, mas também prejudica a cooperação econômica e comercial normal entre a China e os EUA.”
Está prevista para hoje uma conversa entre Trump e Xi Jinping para discutir as tarifas impostas. Na segunda-feira, Canadá e México, afetados pela imposição de tarifas da ordem de 25%, conseguiram adiar por um mês a entrada em vigor da taxação após medidas de reciprocidade.
O Canadá decidiu impor taxação de 25% sobre produtos dos EUA, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que colocaria em prática um Plano B e a China disse que apresentaria medida judicial contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) para salvaguardar seus direitos e interesses.
Desde a semana passada, o tarifaço de Trump tem causado preocupações sobre uma intensificação da guerra comercial e os reflexos na economia global. Segundo economistas, se mantidas, a taxação de produtos importados do Canadá, China e México pode derrubar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2025 e elevar a inflação e os juros, sobretudo nos Estados Unidos.
Segundo especialistas, as medidas têm potencial para provocar um impacto ainda mais severo nas economias de México e Canadá. A expectativa é a de que as taxas resultem em maior desemprego e inflação para canadenses e mexicanos. Segundo a consultoria britânica Oxford Economics, a taxa de desemprego no Canadá deve subir de 6,7% para 7,8% ao longo do ano. Já no México, o impacto será significativo devido à dependência do comércio com os EUA.
Investigação
Além das novas taxas, a Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China informou que está investigando o Google por suspeita de violação de leis anti-monopólio do país.
Os chineses também adicionaram o grupo de moda norte-americano PVH (proprietário de marcas como Tommy Hilfiger e Calvin Klein) e o gigante da biotecnologia Illumina a uma lista de “entidades não confiáveis”.
A decisão “protegerá a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento conforme as leis pertinentes”, afirmou o Ministério do Comércio em comunicado.
“As duas entidades violam os princípios normais das transações de mercado, perturbam as transações normais com as empresas chinesas e tomam medidas discriminatórias contra as empresas chinesas”, acrescentou.