A China pediu que o bloco de nações Brics assuma maiores responsabilidades e se estabeleça como inclusivo para o mundo, disse o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, nesta terça-feira (11), na esteira das sanções ocidentais e das restrições comerciais impostas ao país.
Muitas empresas chinesas têm enfrentado sanções ocidentais devido ao apoio à guerra da Rússia na Ucrânia, e a Comissão Europeia vai anunciar nesta semana tarifas sobre os veículos elétricos chineses em uma tentativa de proteger as montadoras europeias.
Nesta semana, o Grupo dos Sete deverá enviar um aviso duro aos bancos chineses menores para que parem de ajudar a Rússia a escapar das sanções ocidentais, informou a Reuters, citando fontes.
A politização das questões econômicas cresceu junto com as sanções unilaterais e as barreiras tecnológicas, disse Wang em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics em Nizhny Novgorod, na Rússia, sem citar nenhum país. As falas foram publicadas por seu ministério.
O Brics, que agrupa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e tem como objetivo se contrapor ao domínio ocidental na ordem mundial, expandiu-se com vários outros membros após adesão de Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia no início deste ano.
Wang disse que o “Brics” ampliado deve transformar o bloco em “um novo mecanismo de cooperação multilateral” impulsionado pelos mercados emergentes e países em desenvolvimento.
Em uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, à margem da reunião do bloco, Wang disse que a China estava disposta a trabalhar com o Brasil para possibilitar um papel maior para o Brics na governança global e salvaguardar os interesses dos países em desenvolvimento.