O Ministério do Comércio da China anunciou na segunda-feira (31), que colocará restrições para a exportação de drones e equipamentos de drones para “salvaguardar a segurança e os interesses nacionais”, em uma medida que pode impactar a guerra na Ucrânia.
As restrições de equipamentos exigirão que os fornecedores obtenham permissão para exportar certos motores de drones, lasers, imagens, equipamentos de comunicação e radar e sistemas anti-drone. Drones de consumo com certas especificações também estão sujeitos às novas regras, que entram em vigor em 1º de setembro.
Todos os drones civis que não foram incluídos nas restrições estão proibidos de serem exportados para fins militares, disse um porta-voz não identificado do ministério em um comunicado online.
“A modesta expansão da China no escopo do controle de drones desta vez é uma medida importante para demonstrar seu compromisso como um grande país responsável em implementar iniciativas de segurança global e manter a paz mundial”, disse o comunicado, acrescentando que a China “se opôs consistentemente ao uso de drones civis para fins militares”.
Os drones tornaram-se uma característica cada vez mais proeminente da guerra moderna, empregada tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia. Drones civis, com potencial para serem alterados ou empregados para uso militar, também ganharam destaque durante o conflito.
Alguns blogueiros de tecnologia dizem que as máquinas são conhecidas como “drones Alibaba”, pois estão disponíveis para venda por até US$ 15.000 (cerca de R$ 70 mil) em sites de mercados chineses, como Alibaba e Taobao.
A China exporta peças do gênero para vários mercados, incluindo os Estados Unidos, e possui uma considerável indústria doméstica de fabricação de drones.
As novas restrições seguem o lançamento de um relatório compilado pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA. O texto alega que, em março, a China “enviou mais de US$ 12 milhões (cerca de R$ 57 milhões) em drones e peças de drones” para a Rússia, citando uma “análise feita por terceiros” dos dados alfandegários russos.
O relatório, intitulado “Apoio fornecido pela República Popular da China à Rússia” e datado de 2023, cita amplamente dados de código aberto e relatórios da mídia ocidental para apoiar suas reivindicações.
O texto não especifica se as supostas remessas de drones foram usadas no campo de batalha, mas cita remessas de mercadorias de “uso duplo”.
*Com informações CNN Brasil