Cientistas conseguiram descobrir mais sobre o terreno da Lua ao analisar as amostras trazidas pela missão Apollo, da Nasa, em 1972. Ao contrário do que pensavam, um novo estudo mostrou que as rochas do satélite não têm os mesmos compostas das da Terra.
Os fragmentos do sono lunar foram armazenados em um tubo de hélio e conservados para que esses pedaços pudessem ser analisados com ferramentas capazes de extrair mais dados do que as disponíveis da década de 1970.
Os pesquisadores já sabiam que os isótopos de oxigênio presentes do solo da Lua eram semelhantes aos da Terra — e pensavam que a ideia se manteria para o enxofre, o que não se provou verdadeiro nas novas análises das amostras.
As “impressões digitais” das rochas trazidas pelos astronautas Gene Cernan e Harrison Schmitt, da Apollo 17, contém compostos de enxofre-33 (ou 33S), que contrastam com as proporções de isótopos de enxofre encontradas no nosso planeta.
As hipóteses criadas pelos cientistas foram duas: a primeira, que esses são compostos remanescentes de processos químicos que ocorreram na Lua no início de sua história. Para formar o 33S, as rochas teriam interagido com a luz ultravioleta em uma atmosfera rarefeita.

“Isso seria evidência de uma antiga troca de materiais da superfície lunar para o manto. Na Terra, temos placas tectônicas que fazem isso, mas a Lua não tem. Então, essa ideia de algum tipo de mecanismo de troca na Lua primitiva é empolgante”, disse James Dottin, professor assistente de ciências da Terra, ambientais e planetárias na Universidade Brown, que liderou o estudo publicado na Journal of Geophysical Research Planets.
A segunda, seria que esse enxofre seja remanescente da formação do satélite natural. A principal explicação para a formação desse corpo é que um objeto do tamanho de Marte, chamado Theia, colidiu com a Terra no início de sua história e os detritos dessa colisão eventualmente se fundiram para formar a Lua.
Os compostos desse corpo que se chocou com nosso planeta, então, teriam ficados impressos no solo do satélite.
Em futuras pesquisas usando as amostras trazidas pela missão Apollo, as equipes visam entender se alguma dessas hipóteses é predominante e compreender a distribuição dos isótopos, ajudando os cientistas a entenderem como o Sistema Solar se formou.